Um despachante, 41 anos, e um ex-funcionário do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) foram presos em flagrante, ontem à tarde, ao tentar transferir documentos de dois veículos na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Chapada dos Guimarães (67 quilômetros de Cuiabá). Os dois irão responder por corrupção ativa.
A prisão foi efetuada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), acionado pelo Detran-MT, ao enviar uma equipe para efetuar a prisão em flagrante com registros de imagens e áudios. A delegada Cleibe Aparecida de Paula disse que os suspeitos procuraram a Ciretran devido a fiscalização no Detran de Cuiabá estar mais acirrada.
De acordo com informações da assessoria da Polícia Civi, o despachante é conhecido da Defaz, onde responde dois inquéritos de estelionato e falsificação de documento público. Ele também tem passagem por tráfico de drogas. O ex-servidor trabalhou como assessor técnico da Corregedoria do Detran e recebeu voz de prisão no momento que entregou o dinheiro ao diretor da Ciretran. O despachante aguardava na frente da Ciretran e foi preso em seguida.
Segundo as informações, o diretor da Ciretran de Chapada recebeu proposta de R$ 200, por documento, para integrar o esquema de transferência de propriedade de veículos, sendo inicialmente transferidos os documentos de um automóvel Corolla e uma S10, ambas com placas de Várzea Grande.
O servidor simulou aceitar e acionou o Detran em Cuiabá. Ele contou que foi procurado por dois ex-servidores do Detran e um despachante, todos da capital.
O terceiro suspeito também será investigado. O flagrante foi lavrado na Delegacia de Chapada dos Guimarães pelo delegado Diego Alex Martiminano. "Eles chamam de 'pula pula', que é colocar o procedimento na frente, dar preferência. Esse servido é chamado também de vip. Pegam o procedimento, vão no Ciretran pagam a taxa e depois pagaria para o chefe do Ciretran e saíram na hora com o documento, por isso é 'pula a pula'", explicou o delegado Diego, depois de ouvir os presos.
De acordo com presidente do Detran-MT, Rogers Jarbas, a ação célere da equipe de policiais civis da Delegacia Fazendária foi fundamental para que as prisões em flagrante ocorressem. "Temos trabalhado em conjunto para coibir ações ilegais no Detran. Servidores credenciados e cidadãos têm sido fundamentais neste processo de moralização, pois acreditando na transformação que estamos promovendo na autarquia, tem nos trazido casa vez mais denúncias, todas apuradas com rigor e seriedade pela PJC e Detran, que hoje atuam em fina sintonia".