Nove de onze mandados de prisão temporária ( 5 dias) foram cumpridos, esta manhã, pela Polícia Judiciária Civil, na operação "Narted", deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), para apurar fraudes na emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Além das prisões em casa de Cuiabá, outros cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em autoescolas, sendo quatro na capital e uma em Cáceres. Entre os presos estão dois servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran).
As investigações comandadas pela delegada Alexandra Mensch Fachone iniciaram no segundo semestre de 2013, para desarticular esquema fraudulento de facilitações na aquisição de CNH's junto ao Detran. Uma denúncia anônima apontou que um funcionário, responsável pela emissão estava ostentando crescimento patrimonial incompatível com seu salário. A Defaz comprovou a denúncia bem como identificou que servidores e proprietários de autoescolas agiam em conluio, além de também ser identificado outro servidor, responsável pelas provas práticas, que recebia propina para beneficiar aluno.
Os mandados foram expedidos pela Vara Especializada do Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública de Cuiabá. A corregedoria do Detran está acompanhando a operação e auxiliando nas análises dos processos em andamento.
Os presos estão sendo interrogados na sede da Delegacia Fazendária. Segundo a delegada, dois deles foram liberados por contribuir com informações e os demais ao final das oitivas serão levados a Polinter em Cuiabá, para encaminhamentos a unidades prisionais.
Os pagamentos por carteiras de habilitação variavam de R$ 100 a até R$ 3 mil. Conforme as investigações, existiam fraudes cometidas diretamente com o servidor do Detran, onde o candidato não fazia nenhum tipo de prova ou exame. Para a compra integral da carteira, o interessado apenas entregava seus documentos e pagava R$ 3 mil ao servidor, que providenciava a emissão da CNH.
Havia também fraudes que contavam com ajuda de intermediários como instrutores de autoescolas e agentes de pátio das provas práticas do Detran, que cobravam valores menores para "ajudar" o aluno a passar nos testes, entre outras que estão sendo apuradas a partir da deflagração da operação.
A delegacia irá fornecer mais detalhes do trabalho ao final das investigações.