A Justiça ainda não se pronunciou sobre o pedido de prisão preventiva de quatro policiais militares, em Juara (300 km de Sinop), acusados de homicídio e possível formação de grupo de extermínio. O delegado Joaz Gonçalves disse que aguarda a transferência de um dos soldados, que ainda atua no município, para dar prosseguimento às investigações. Ele alega que muitas testemunhas se sentem intimidadas e não aceitam depor.
O comandante do Regional Norte da PM, coronel Elierson Metelo, contestou e declarou que não recebeu nenhum documento formal, desde janeiro, para a transferência do policial. “Esta não é a primeira vez que o delegado pede a prisão dos soldados. Nas outras foram indeferidas pelo Ministério Público porque não possuíam fundamento. Se tiver, o juiz decreta”, criticou. Segundo Metelo, caso a Justiça determine a transferência ou prisão do policial, será cumprida pela corporação. “Se deferir, vai ser punido. Mas os soldados também têm direito à defesa”, salientou.
As investigações sobre o envolvimento do grupo em alguns homicídios no município começaram em 2005, após o assassinato do ex-presidiário Ricardo Campos. O delegado confirmou que os quatro soldados foram acusados pela morte de Ricardo e que há provas contundentes da autoria. Pelo menos seis assassinatos podem ter ligação com o grupo investigado. Uma das características encontradas nas vítimas é que foram decapitadas. Os nomes são mantidos em sigilo.
A conclusão do inquérito e prosseguimento das investigações depende da posição da Justiça.