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Delegacia fazendária faz agora operação em MT contra sonegação fiscal

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A delegacia especializada em crimes fazendários e contra a administração pública, da Polícia Civil, deflagrou, nesta manhã, a operação “Constelação”, para apurar sonegação fiscal envolvendo empresas localizadas em Barra do Garças, Alto Araguaia e Jataí (GO). Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas localidades.

De acordo com a delegada Cleibe Aparecida de Paula, o objetivo da operação é arrecadar documentos fiscais, financeiros, anotações, correspondências, computadores e arquivos digitais que contenham elementos de prova destinados a reforçar a materialidade do delito e verificar o “modus operandi”, utilizado pelo grupo, ou seja, se omitiam ou se subfaturavam notas fiscais.

As investigações iniciadas em 2010 comprovaram que um fiscal de tributo estadual, preso na operação “Mala Preta”, desencadeada em dezembro de 2009, e, posteriormente, exonerado do serviço público, na companhia de outros integrantes da quadrilha mantinham um esquema na cidade de Alto Araguaia, escolhendo empresas a serem fiscalizadas e multadas em valores altíssimos, para possibilitar a negociação de “propina”. Em contrapartida, um agiota da região, emprestava o dinheiro aos empresários, para pagamento do valor acordado entre estes e o fiscal, lucrando algo em torno de 6% na troca dos cheques.

De acordo com a investigação, pelo menos seis empresas estão envolvidas no esquema de sonegação fiscal, todas situadas em Jataí (GO), sede das fornecedoras e nos municípios de Barra do Garças e Alto Araguaia, na fronteira com Goiás. Diante disso, foi solicitada à Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), a revisão das fiscalizações efetuadas pelo fiscal de tributos, em Alto Araguaia, região que concentrava o maior esquema de sonegação fiscal. “A gente priorizou a região de maior atuação do Edson”, disse a delegada.

A polícia descobriu que o esquema envolve duas empresas de um mesmo grupo (móveis e eletrodomésticos) favorecida com a diferença aproximada de R$ 4 milhões, entre o valor da Notificação Auto de Infração (NAI), lavrada e o valor apurado pela Corregedoria Fazendária. Contra uma das empresas do grupo, situada em Barra do Garças, foi lavrado uma NAI no valor de R$ 518 mil reais, comprovando a sonegação fiscal.

Conforme análise preliminar dos fiscais da Corregedoria Fazendária, entre as ordens de serviços e o trabalho fiscal realizado na região, o fiscal exonerado deixou de autuar as empresas em aproximadamente R$ 4 milhões, mas os números podem chegar a R$ 10 milhões, já que análise é feita por amostragem. Por conta disso, a delegacia fazendária instaurou, em 2009, inquérito policial, visando apurar eventuais fraudes fiscais que a empresa se submeteu, com o intuito de não cumprir com as obrigações tributárias devidas e assim lesionar o fisco. “Tais fraudes configuram prática de crime de sonegação fiscal”, afirma. O inquérito ainda não foi finalizado.

A operação conta com a participação de 4 delegados, 6 escrivães e 20 investigadores.

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