Em um intervalo de 15 horas, quatro pessoas foram assassinadas na capital mato-grossense. Um dos crimes foi caracterizado como feminicídio e chocou até mesmo os policiais, devido aos requintes de crueldade com que foi executado. Até o fechamento desta edição, apenas um dos suspeitos dos assassinatos havia sido preso.
O feminicídio foi registrado por volta das 11h30 de sábado (20), no bairro Serra Dourada, em Cuiabá, quando a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada para atender a ocorrência. No local, foi encontrado no banheiro da residência de número 1, o corpo da estudante de Direito, Dineia Batista Rosa, 35. Ela apresentava sinais de agressão pelo corpo, teve o pescoço quebrado e o rosto desfigurado por tijoladas.
O filho de 8 anos da vítima presenciou o crime e fugiu do local, depois de também ser ameaçado de morte pelo ex-companheiro da mãe. O suspeito de matar Dineia é um homem de 34 anos, que já havia sido condenado em 2011, a 17 anos de prisão por estrangular e cortar o seio da primeira mulher. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Juliana Chiquito Palhares, Dineia e o acusado tiveram um relacionamento por dois anos, porém, a relação era conturbada e a vítima decidiu terminar o namoro, que não foi aceito pelo suspeito. Dineia chegou a ingressar com o pedido de medida protetiva.
A vítima havia comprado a residência onde foi assassinada há cerca de uma semana. Na casa, de 3 cômodos morariam ela, a mãe e os filhos. No dia em que foi morta, ela estava limpando a casa. “Ele provavelmente a estava seguindo. Não eram nem 10h, quando ele invadiu a casa e iniciou as agressões. Pelas marcas, ele a atingiu com golpes e murros e possivelmente usou um tijolo para agredi-la, já que encontramos tijolos com sangue. Depois disso, ele usou um fio de energia elétrica e a estrangulou”.
A polícia foi acionada por vizinhos, que escutaram os gritos da vítima. O menino, que estava chorando, saiu correndo sozinho da rua. A mãe de Dineia também tinha ido à residência, mas havia saído minutos antes do feminicídio, para ir ao mercado. “Foi um crime premeditado, disso não temos dúvida”, frisou a delegada.
O acusado foi localizado por volta das 17h de sábado, em uma região de mata, no bairro Três Barras. Quando questionado sobre a motivação do crime, disse que a vítima o teria traído com outro reeducando.
Ainda no sábado, por volta das 19h30, a Polícia Militar foi chamada para atender ocorrência de uma vítima alvejada por disparo de arma de fogo, no bairro Novo Horizonte. Ao chegar no local, um homem identificado apenas como Cláudio, 50 anos, já havia morrido após levar um tiro na região do tórax. Aos policiais, vizinhos informaram que a vítima era usuária de drogas e que era conhecida pelo apelido de “coroinha”. Não há informações sobre as motivações do crime e nenhum suspeito foi preso.
Cerca de duas horas e meia após Cláudio ser morto, a PM registrou outro homicídio, desta vez no bairro Jardim Botânico. Wagner da Silva Lima, 28 anos, morreu depois ser alvejado por disparados efetuados pelo motorista de uma Toyota Hilux preta, sem placas. Após o crime, o condutor do veículo fugiu em alta velocidade. Policiais chegaram de realizar rondas na região, na tentativa de localiza o suspeito, porém sem êxito.
Já na madrugada de domingo, Rivaldo Fernandes Alves da Cunha Junior, 22 anos, foi assassinado no bairro Jardim Passaredo, também na capital. De acordo com a PM, ao chegar no local para atender a ocorrência, militares localizaram a vítima caída no chão e já sem vida. Vizinhos informaram que ouviram disparos e quando saíram na rua para ver o que estava acontecendo presenciaram uma moto ocupada por dois homens, que deixaram o local do crime em alta velocidade.