Detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE) iniciaram um motim, ontem à noite, em represália às ações realizadas na unidade para conter o uso de celulares e entorpecentes. Desde a semana passada, agentes penitenciários realizam revistas nos raios, e apreenderam grande quantidade de chips de celulares, aparelhos, drogas, chuços e até bebidas artesanais, fabricadas pelos próprios presos.
Ontem (16), detentos do Raio 2 utilizaram o celular para ligar para um repórter, afirmando que estavam sendo vítimas de abuso por parte de agentes do Serviço de Operações Especiais (SOE), que foi acionada depois do princípio de rebelião. “Eles vão estourar bombas, não conseguimos respirar”, afirmou um detento, que disse ainda que são vítimas de agressões no rosto, além de terem os objetos pessoais jogados na revista.
Segundo o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, não houve nenhum tipo de abuso, pelo contrário, as ações no local têm o objetivo de humanizar o sistema penitenciário. “Quando eles saem da zona de conforto, vêm as reclamações”, disse Pôssas, que alega ainda que a “questão dos celulares é questão de dias”.
Isso porque, o sistema que bloqueia sinais de celular nos presídios deve ser implantado em até 60 dias, prevê o secretário. Em julho do ano passado, a Sejudh em parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), criou o “Plano de Ação Integrada”, para garantir a ordem e os atendimentos essenciais nas unidades penais do Estado. Na época, os agentes penitenciários estavam em greve.
Na última terça-feira (14), agentes prisionais apreenderam 264 chips de celulares, 8 cartões de memória e 59 aparelhos de telefonia móvel, em revista no Raio 2 da unidade.