Familiares de Gregorio Gomes Bezerra Neto, 25 anos, executado com 5 disparos de uma pistola ponto 40 pelo primo, um soldado da Polícia Militar, de 25 anos, no Porto, em Cuiabá, rechaçam a tese de que o PM matou o primo por legítima defesa e que a confusão ocorreu porque ele flagrou a vítima em momentos de carícia com sua esposa, Maria das Graças Araújo da Silva, 23 anos, também morta com 4 tiros. A mãe de Gregório, Ana Cristina Bezerra, afirma que o policial era muito violento, batia constantemente na esposa e acusa o PM de ter premeditado o crime. Ela não descarta que o filho foi morto em virtude de posses de propriedades que foram herdadas dos avós do jovem morto.
O crime ocorreu por volta das 6h de quarta-feira (28). Em seguida o assassino confesso fugiu com a filha de 3 anos. Após 2 dias foragido, se apresentou na noite de sexta-feira (30) na Polícia Civil, alegando que flagrou a esposa em carícias com seu primo. Ele disse que não tinha intenção de matar ninguém. Relatou ter atirado após a mulher lhe agarrar por trás e o primo fazer menção que iria lhe tomar a pistola ponto 40. Após isso foi liberado e continua solto porque não existe pedido de prisão contra ele.
As propriedades que Ana Cristina se refere é o imóvel na rua Comandante Costa, no bairro do Porto, palco da tragédia. Após a morte dos avós, a casa foi dividida em 3 partes. Nos fundos moravam o irmão do policial militar e a esposa. Na parte do meio o acusado, a mulher e a filha e na peça da frente Gregório. Ela afirma que o policial planejou o assassinato do filho e negou que Gregório estivesse tendo um caso com a esposa do PM. "Eles foram criados como irmãos, e o meu subrinho após casar sempre foi muito violento e batia muito na esposa. Ele sempre foi muito agressivo, parecia uma pessoa perturbada, tinha uma índole ruim", diz.
Acrescenta ainda que o filho vivia separando as brigas entre o acusado e Maria das Graças e devido as agressões, o relacionamento entre os primos ficou abalado nos últimos tempos. O padrasto de Gregório, Hilton Benedito Dias Carvalho, também acredita que o suspeito premeditou o assassinato do enteado e pede que ele conte a verdade para a imprensa e para a família, pois só assim conseguirá o perdão dos familiares.
O delegado analisa contradições no depoimento do policial e caracterizou o crime como duplo homicídio, mas não representou pela prisão preventiva do acusado. Por meio da assessoria, o delegado Antônio Garcia da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou que ainda está ouvindo testemunhas e checando informações. Disse que somente após encerrar o inquérito é que deverá solicitar a prisão do policial.