Detentas do presídio Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, voltaram a causar tumulto, hoje, durante uma revista geral em todas as alas da unidade. Ontem, por volta das 15h45, já havia sido localizado oito celulares, vários chuços (armas artesanais) e algumas porções de drogas. Parte dos celulares e também da droga estavam escondidos nas partes íntimas de algumas das presas.
Como forma de chamar a atenção dos agentes, elas começaram a bater nas grades das celas antes e durante a revista, o que fez com que parentes de detentas ligassem para a imprensa relatando um novo motim no local. Participam da revista 25 pessoas entre agentes penitenciárias, do Setor de Operações Especiais (SOE) e da Polícia Militar.
A varredura geral ocorre um dia depois do motim provocado por 150 detentas que queimaram colchões e mantiveram uma agente prisional como refém durante, ontem à tarde. À ocasião, três presas foram atingidas de raspão por tiros de borrachas disparados para conter o motim. As detentas reclamam que estão faltando leite e fraldas para a creche, onde atualmente estão 11 crianças.
No entanto, a direção do presídio nega e chegou a apresentar a nota fiscal da última compra de 40 litros de leite durante a visita de membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), órgão ligado ao Departamento Penitenciário Nacional, representantes do Sindicato dos Servidores do Sistema Prisional de Mato Grosso (Sindispen) e da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
O motivo da revolta, segundo a direção da unidade, é que as presas querem a saída da atual diretoria que tem implantado mudanças e novos procedimentos de segurança com reforço das revistas e separação das presas provisórias das condenadas.