O homem acusado de matar uma criança envenenada foi transferido após receber ameaças de morte de outros detentos do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). A transferência, ocorreu na sexta-feira (16), mediante determinação do magistrado Jurandir Florêncio Castilho Júnior, que atua na 14ª Vara Criminal, onde tramita o processo do homicídio do menino Rhayron Christian da Silva Santos, de dois anos de idade.
Ele deixou a companhia de pelo menos 800 reeducandos para ocupar espaço individual, destinado a no máximo 28 presos com curso superior, no Centro de Custódia da Capital (CCC). Vai dividir o espaço com outros presos ilustres, como o ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário de Fazenda do Estado, Marcelo de Cursi.
Segundo assessoria da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o reeducando teria repassado a informação das ameaças à direção da unidade. A mesma informação foi levada pela defesa dele ao juízo da 14ª Vara, que determinou a transferência.
A morte da criança teria gerado revolta entre os demais presos e como havia risco do suspeito ser alvo de um atentado que poderia resultar inclusive em sua morte, a transferência ocorreu 15 dias após o encaminhamento dele até a unidade.
A morte da criança ocorreu no dia 25 de agosto. O suspeito é acusado de injetar veneno agrícola dentro de uma embalagem de achocolatado que acabou sendo furtada por um homem de 27 anos, que por sua vez, revendeu o produto para o pai da criança.
No dia seguinte a compra, a mãe do menino abriu a embalagem e deu o conteúdo para o filho, que morreu cerca de 15 minutos depois, em uma policlínica próximo da casa da família, que mora no Parque Cuiabá. Outro amigo do pai da criança também bebeu o conteúdo de uma das caixas e ficou cerca de uma semana hospitalizado. Sobreviveu porque passou por lavagem digestiva.
Investigação da Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança (Deddica) elucidou o crime e policiais da unidade fizeram a prisão da dupla, no dia 1º de setembro. Desde então ambos estavam no CRC. Um deles possui antecedentes criminais por roubos e furtos.