A criminalidade continua crescendo no interior do Brasil. A pesquisa Mapa da Violência 2012, divulgada hoje (13) pelo Instituto Sangari, aponta que os polos da violência têm se deslocado das capitais para o interior dos estados. De acordo com o estudo, se os índices de homicídio continuarem aumentando, em menos de uma década, as taxas do interior deverão ultrapassar as das capitais e regiões metropolitanas.
Até o ano 2000, os municípios que registraram maior crescimento nos índices eram os que
superavam os 100 mil habitantes, principalmente aqueles com mais de 500 mil habitantes. Na última década, o crescimento dos homicídios centrou-se nos municípios de menor tamanho, principalmente na faixa de 20 a 50 mil habitantes.
Em 1995, as capitais e regiões metropolitanas tinham uma taxa de 40,1 homicídios em 100 mil quando no interior era de 11,7 – quase quatro vezes menor. Em 2010, o índice das capitais e regiões metropolitanas caiu para 33,6 e o do interior aumentou para 22,1.
Em 15 municípios, os índices ultrapassam a casa dos 100 homicídios em cada 100 mil
habitantes – uma taxa praticamente quatro vezes maior que a já elevada média nacional de 26,2 homicídios em 100 mil habitantes. Segundo o estudo, as cidades de Simões Filho (BA), Campina Grande (PB), Marabá (PA), Guaíra (PR) e Porto Seguro (BA) ocupam as primeiras posições do ranking.
O aumento da violência no interior, segundo o estudo, é resultado da estagnação econômica nas grandes capitais e regiões metropolitanas, dos investimentos na segurança e a consequente melhoria da eficiência repressiva nos grandes centros e o surgimento de novos polos de crescimento no interior de diversos estados
O relatório também destaca que 2.232 dos 5.565 municípios existentes no país em 2010 não registraram homicídio. Entre 2008 e 2010, não houve ocorrência de homicídios em 1.098 municípios, isto é, 19,7% do total.
De acordo com o estudo, a interiorização da violência demonstra a falta de políticas específicas para combater a criminalidade em municípios de médio e pequeno porte. "Consideramos que, para enfrentar as novas modalidades da violência homicida no país, são necessárias políticas públicas em condições de dar conta das recentes reformulações e deslocamentos."