Serão ouvidos, esta noite, pela Corregedoria da Polícia Militar os policiais militares do grupo de intervenção que atuaram, hoje à tarde, na rebelião na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou que tomou as providências para apurar os fatos bem como prestou assistência à família do agente penitenciário Wesley da Silva Santos, de 24 anos, que morreu após conflito com reducandos do raio 3 do presídio. O laudo oficial sobre a causa da morte será divulgado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Conforme Só Notícias já informou, os detentos fizeram a rebelião e o agente foi morto com golpes de chuços (armas artesanais) na barriga. Ele foi transferir um preso do raio 3, onde hoje estão 340 presos, para outra cela quando os reeducandos o mataram. Ainda segundo a polícia, para retirar o corpo do agente os policiais balearam três presos ainda não identificados que foram encaminhados para o Pronto Socorro de Cuiabá.
Ontem, um preso foi baleado após duas tentativas de fuga e rebelião na Penitenciária. Em uma delas, 330 presos armados com chuços confrontaram um grupo de sete policiais. Foram necessários vários disparos com munições antimotim e um com munição letal para controlar a situação, que atingiu o detento Mario Henrique de Souza, 27 anos. Familiares dos presos que aguardavam o horário de visitas em frente à unidade foram surpreendidos pelos disparos e houve correria de algumas mulheres que haviam adentrado na unidade. Logo depois elas foram avisadas de que houve uma tentativa de fuga e um detento tinha sido ferido.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejuhd), a primeira movimentação foi registrada por volta de 1h da madrugada, quando uma sacola com dois celulares foi jogada dentro da unidade por cima do muro. Agentes e policiais decidiram fazer uma revista nas celas. Durante o procedimento, conhecido por “bater grades”, policiais e agentes descobriram que as grades da janela do cubículo 16 do raio 1 tinham sido serradas. A ferragem foi soldada e, como penalidade, os reeducandos do bloco tiveram as visitas suspensas no domingo.