A Polícia Judiciária Civil de Sinop concluiu, após pouco mais de um ano, o inquérito que apurou as causas do grande incêndio que atingiu Marcelândia (160 km de Sinop), destruindo aproximadamente 100 casas, 16 madeireiras com maquinários e veículos. “O laudo ainda não chegou em mãos mas já relatei o inquérito e a responsabilidade recai sobre a prefeitura. Consegui colher provas testemunhais que confirmaram que o fogo partiu do lixão”, explicou, ao Só Notícias, o delegado Daniel Vendramel, responsável por conduzir as investigações.
Agora, o inquérito será enviado à Justiça de Marcelândia e o Ministério Público será responsável em oferecer a denúncia. Foram anexados mais de 40 boletins de ocorrências, apontando que a área era usada para queimar lixo constantemente. “Era uma cova rasa, queimavam lixo hospitalar diariamente e nesse dia não conseguiram controlar, também não tinha área de contenção, acabou acontecendo a tragédia”, reforçou. Já o laudo será enviado em seguida, após ser protocolado na delegacia.
O laudo, de acordo com o perito da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), em Sinop, Carlos Ferraciolli, está concluído, no entanto, o envio à delegacia será definido pela unidade de Cuiabá, que finalizou o procedimento. O teor do deverá ser divulgado após o envio, cuja data não está confirmada.
Com o incêndio, ocorrido em agosto de 2010, cerca de 100 famílias ficaram sem casa e os prejuízos contabilizados (incluindo a destruição das madeireiras) somaram cerca de R$ 14 milhões. Os atingidos foram acomodados, inicialmente, em igrejas, escolas e, hoje, muitas residem com familiares, amigos e, em alguns casos, em casas alugas enquanto esperam que o governo e a prefeitura construam conjunto habitacional de residências populares.
No mês passado, conforme Só Notícias informou, uma empresa foi escolhida por meio de licitação para executar a construção de 96 casas destinadas às famílias desabrigadas. A ordem de serviço ainda não foi emitida, mas as casas serão instaladas no residencial Fênix. O recurso foi pedido pela prefeitura em regime de urgência ao Governo Federal, no entanto, a verba, de aproximadamente R$ 1,9 milhão, foi liberado apenas em junho deste ano.
Marcelândia, que atualmente conta com 11,9 mil habitantes, tem a madeira como principal fonte econômica.