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Comandante diz que “todos perdem” com morte em ocorrência policial no Nortão; “precisamos falar sobre crise de autoridade” e “eventos regados à álcool”

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Só Notícias (foto: Só Notícias/Guilherme Araujo/arquivo)

O coronel Alexandre Corrêa Mendes, comandante geral da Polícia Militar, lamentou os desdobramentos da ocorrência policial em Vera (80 km de Sinop), neste domingo de madrugada, que resultou na morte de Diego Kelinski, de 26 anos, que reagiu a prisão, agrediu um soldado e acabou baleado.

“Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera. Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso”, manifestou o comandante geral, em postagem em rede social. coronel também defende que “precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre a ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem. Poucos sabem mas não é apenas a PM a deter o “poder de polícia” para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras que antecedem o trabalho policial ali — e evitam tragédias.  Pois, diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo “certo” ou “errado”, colocando em xeque quem chega para resolver”.

O comandante geral define que, “perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial sai de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai para se divertir para não retornar. Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver — porque assim a vida pede”.

O coronel Alexandre conclui apontando que “a sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal midiático. Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso Estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial”.

Conforme Só Notícias já informou, Diego estava com grupo de amigos em uma avenida em Vera e a PM foi chamada porque havia som muito alto, poluição sonora. Os policiais constataram que o som estava no carro dele e acusam Diego de tomar, de um soldado, o talonário de notificação (multa). Ele foi detido e, enquanto era levado a viatura, resistia a prisão. Algumas pessoas também tentaram evitar a prisão. Vídeo da confusão, divulgado em aplicativos, mostra o Diego desferindo soco que teria atingido o rosto de um soldado que sacou da pistola, atirou e o homem faleceu. Seu irmão, de 31 anos, foi baleado e está fora de perigo.

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