Uma das maiores autoridades policiais do Estado, coronel Leovaldo Sales, comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), revelou que vota pelo “não” a proibição do comércio de armas e munições, no referendo que será realizado no próximo dia 23, em todo o país. A revelação foi feita em Cáceres ao ser homenageado, pela Câmara Municipal, com o título de “Cidadão Cacerense”.
Conhecedor do poderio bélico do Estado, o oficial admitiu que a Polícia Militar não está devidamente estruturada para desarmar os bandidos que integram os grupos do crime organizado. “Voto não ao desarmamento. A Polícia Militar não está devidamente aparelhada para desarmar os bandidos e o crime organizado. Desarmando a população quem vai sair prejudicado é o cidadão de bem que usa a arma para defesa de sua família e de seu patrimônio”, disse.
A opinião do comandante da PMMT reforça a tese defendida pelo governador Blairo Maggi, que nesta semana, de que o Estado não tem condições de desarmar os bandidos e outros segmentos da sociedade que mantém arma em seu poder como forma de defesa e que por isso pretende votar contra o desarmamento. Maggi defende um debate mais amplo junto à população sobre o assunto.
O pronunciamento do coronel Sales, contra a proibição do comércio de armas e munição, também endossa a opinião da maioria dos acadêmicos do Curso de Direito da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) que, numa simulação do referendo, votou contra o desarmamento.
A polêmica, durante a sessão solene da Câmara, foi provocada pelo ex-vereador Hênio Maldonado, autor do projeto de Lei que criou o Dia Nacional do Vereador e o Hino do Vereador. Momentos antes, Maldonado havia criticado o governo e afirmado que votaria contra o desarmamento.