A Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), da Polícia Judiciária Civil, encaminha hoje, ao Fórum da capital, o inquérito policial que deu origem a operação “Pinóquio”, deflagrada no dia 6 deste mês. A ação desmontou uma quadrilha que fraudava processos para liberação de créditos virtuais usados na exploração de produtos florestais. Dezessete integrantes da quadrilha tiveram pedido de prisão preventiva e 19 foram indiciados por formação de quadrilha, crimes contra a fé pública e crimes contra a administração ambiental, previsto no Artigo 69 A, da Lei 9.605/98. “Ficou bastante caracterizada a participação de cada um dos integrantes, tanto nos depoimentos quanto nas provas materiais recolhidas”, afirmou o delegado Roberto Amorim.
Empresários do ramo de madeireiras, engenheiros florestais, arrendatários, grileiros e compradores de créditos virtuais, participavam da fraude de guias florestais expedidas de forma legal, mas usadas para esquentar madeiras supostamente retirada de áreas ilegais. Eles montavam toda uma documentação falsa e davam entrada em processo para exploração de madeira na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Os processos são dos anos de 2006 e 2007.
As fraudes eram comandadas por Nilda da Silva Alves, que contava com ajuda do filho, Ulisses Antonio de Carvalho Neto, do marido Vilson Pereira da Silva, presos em Jaciara, e pelo cunhado Newton Marcos Pereira da Silva, além de engenheiros, grileiros, pessoas que intermediavam a venda dos créditos e compradores.
A quadrilha conseguiu movimentar R$ 80 milhões em créditos virtuais, no período de um ano e meio, que correspondem a 80 mil e 600 metros cúbicos de madeira. Enfileirados chegam a 2015 caminhões Bitrem, carregados de madeira irregular, num perímetro de 40 quilômetros.
A operação Pinóquio cumpriu 19 mandados de prisão temporária (5 dias renovados por igual período).