Cerca de 60% das pessoas indiciadas pela Polícia Federal pelo crime de tráfico de entorpecentes têm idades entre 18 a 34 anos. A estatística é referente aos indiciamentos registrados de janeiro deste ano até a última sexta-feira (13) no Estado. Segundo o balanço, 105 criminosos são investigados pelo delito, sendo 79 homens e 26 mulheres. Destes, 23 possuem idades entre 18 e 24 anos, outros 22 têm 25 a 29 anos, e 19 se encaixam na faixa etária de 30 a 34 anos. Há ainda o indiciamento de dez pessoas com idade superior a 50 anos.
Segundo o escrivão da PF em Mato Grosso, Paulo Gomes, os denunciados têm participação em crimes registrados em Cuiabá, Cáceres, Rondonópolis, Sinop e Barra do Garças, além de ocorrências contabilizadas pela Polícia Rodoviária Federal do Estado (PRF). Ele explica que grande parte das ocorrências são consequência de fiscalizações realizadas na fronteira entre Mato Grosso e a Bolívia, principal fornecedor de cocaína para o Brasil. Ao todo são 700 quilômetros de área seca e alagada que dividem Mato Grosso e o território boliviano.
Gomes afirma ainda que atualmente os grupos têm utilizado o sistema aéreo para transportar os entorpecentes. A nova escolha é devido à fiscalização terrestre que tem sido intensificada na fronteira por agentes da PF, Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e Exército Brasileiro. Ele detalha que os indivíduos utilizam-se de pequenos aviões e sobrevoam as áreas rurais do Estado de forma que o sistema não detecta o aparelho. “Eles realizam voos em baixas altitudes e assim que a droga é arremessada nas fazendas, o piloto retorna para a Bolívia”.
Segundo ele, os gerenciadores do tráfico de drogas permanecem, a maior parte do tempo, em território boliviano, o que dificulta a prisão dos mesmos, já que o policiamento não tem acesso ao país vizinho. Em relação à operações, o servidor da PF reforça que no Estado, as ações têm sido realizadas em parceria com outros órgãos e estados. O conjunto formado por agentes da PF, Gefron, Exército Brasileiro e ainda o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) tem auxiliado nos procedimento de investigação e prisão nos casos envolvendo o tráfico de drogas.