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Cerca de 300 pessoas desaparecidas foram localizadas neste ano

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Um total de 294 pessoas com registro de desaparecimento na grande Cuiabá foram localizadas pelo setor de Desaparecidos, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso.

De janeiro a setembro de 2011, foram 420 comunicados de pessoas desaparecidas na grande Cuiabá. Destes, 276 são do sexo masculino e 144 feminino. A maioria dos homens tem idade de 18 a 64 anos, com 181 registros e das mulheres a faixa maior é de zero a 17 anos, com 81 casos.

Dos localizados, 59 pessoas do sexo masculino tinham de zero a 17 anos e 116 com idade entre 18 e 64 anos, além de 12 idosos. Crianças e adolescentes do sexo feminino, até 17 anos, são os maiores registros. No período, 62 garotas retornaram aos lares das famílias depois ficarem sumidas, algumas por dias e outras meses e até anos.

Conforme a investigadora, Lauriane Cristina de Oliveira, do setor de Desaparecidos, a motivação para o sumiço de homens e mulheres jovens está no afastamento ou abandono do lar – termo usado pela Senasp -, gerado por desavenças familiares, falta de comunicação e ou mesmo rebeldia de meninos e meninas, que saem de casa após brigar ou apenas por ter tido algo negado pelos pais. "A maioria dos jovens saem de casa porque estão descontentes", afirma à policial.

Conforme ela, nesses casos, geralmente o adolescentes depois de alguns dias, liga para a família ou manda mensagem informando que estão bem, mas insistem em ficar longe da família. É o caso da menina L.O.C., de 12 anos, que saiu de casa no dia 13 de outubro depois brigar com pais. Ela mandou mensagem via celular desconhecido para os pais informando que estava bem. A adolescente tem várias passagens pelo Conselho Tutelar e histórico de outras fugas do lar.

A menina foi localizada na tarde do dia 26 de outubro, na casa de um rapaz de 19 anos, em Várzea Grande, pelo Setor de Desaparecidos, que descobriu pelo Chip do celular, que a menina usava para mandar mensagens, o CPF e nome do dono do número telefônico, que pertence ao tio do rapaz, que dava apoio à fuga.

Para a investigadora, nesses casos, poderia haver uma contribuição maior das operadoras de celular, com informações do numero do CPF ou dados do dono do celular cadastrado na operadora. "Isso ajudaria muito", salienta.

Outra fator preocupante dos desaparecimentos está na cooptação para práticas criminosas, situação em que muitos dos adolescentes são encontrados. "Quando é menor de idade entregamos para o Conselho Tutelar que vai decidir se faz a reintegração a família depois de comunicar ao Juiz", explica Lauriane.

Mas segundo ela, a pessoa maior de idade não é possível obrigá-la a deixar o local onde se encontra, a menos que tenha mandado de prisão. Quando isso acontece a família é informada do paradeiro do ente e a polícia dá por encerrada as buscas.

Cerca de 90 pessoas desapareceram sem motivos aparente, cujo sumiço é considerado enigmático. "Esse é o verdadeiro desaparecimento, que a gente não sabe o que aconteceu. É de difícil localização e às vezes nem acha", frisa.

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