Os automóveis roubados e furtados em Mato Grosso possuem como destinos principais a comercialização ou troca na Bolívia e o desmanche, para terem as peças revendidas no mercado negro. No último dia de 2009, 9 veículos foram levados em Cuiabá e Várzea Grande. As ocorrências registradas na Delegacia Especializada em Repressão a Furto e Roubo de Veículos Automotores (Derrfva) apontam que os automóveis antigos são do início da década de 1990, ou seja, muitas das peças deixaram de ser fabricadas.
Por estar próximo da fronteira com a Bolívia, os veículos roubados em Mato Grosso e que são considerados novos tem como destino a comercialização ou "permuta" por entorpecentes, principalmente pasta-base e cocaína. As drogas retornam para o país tanto para consumo, quanto para exportação.
Mas por ter um baixo valor de mercado, pelo tempo de fabricação e quilometragem, os veículos do início e meados da década de 1990 são cobiçados pela importância e fácil venda da peças. Dois dos 5 automóveis levados entre 30 e 31 de dezembro, eram da marca Volkswagen, modelo Gol 1000, dos anos 1994/1995 e 1995/1995. "Começou a aumentar agora o furto de carro antigo. Tinha parado, mas voltou", disse um do policiais da Deerfva, que preferiu não se identificar.
No início desta semana 3 automóveis furtados eram dos anos 1991, 1993 e 1996. Dentre as partes "aproveitadas" dos veículos antigos roubados está até o volante.
Na semana passada surgiu um caso considerado atípico. Um Chevette branco, da Chevrolet, foi furtado. A data de fabricação do veículo é 1985, ou seja, 24 anos. O crime ocorreu na véspera do Natal, quando 12 veículos foram levados. Destes, 3 automóveis eram fabricados na década de 1990.
Uma das principais características do aumento de furto de veículos antigos é a facilidade em arrombá-los. Esses carros não possuem o sistema de segurança dos modelos atuais. Nesse caso, não apenas o alarme (que pode ser colocado em qualquer empresa especializada) mas a fragilidade da fechadura e maçaneta da porta, além da tranquilidade para dar a partida. "O bandido mete uma micha (chave) na porta e abre fácil o carro", contou o policial.