O bebê que teve agulhas introduzidas no corpo e cabeça, durante um suposto ritual de magia negra, teve alta hospitalar e foi entregue aos cuidados da avó materna. A menina ficou dois meses em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e passou por quatro procedimentos cirúrgicos para retirada de agulhas de metal do abdome e cabeça. Apenas um deles teve sucesso com a retirada de uma das agulhas, no abdome. Ela continuará tendo acompanhamento da equipe médica.
A menina, agora com cinco meses, obteve alta da equipe médica da Santa Casa de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), ontem. Segundo informações da Vara da Infância e Adolescência da Comarca de Jaciara (144 ao sul), o magistrado Valter Fabrício Simioni da Silva, determinou que a avó materna da criança ficasse com a guarda do bebê, já que o pai e a mãe foram presos e indiciados pelo crime de tentativa de homicídio.
O caso ocorreu na cidade de São Pedro da Cipa (148 km ao sul de Cuiabá), e chegou ao conhecimento da Polícia no dia 11 de dezembro do ano passado, quando a mãe, uma adolescente de 17 anos, e a avó procuraram uma unidade hospitalar do município com o bebê em prantos e apresentando lesões na cabeça. Em seguida a menina foi encaminhada para hospitais de Jaciara e Rondonópolis, e submetida às primeiras cirurgias emergenciais, sem sucesso.
O inquérito policial ficou sob responsabilidade do delegado Marcelo Melo de Laet, que indiciou os pais da criança e outras três pessoas. O pai é acusado de receber R$ 250 para permitir que a filha tivesse as agulhas introduzidas no corpo. Uma mulher acusada de comandar o ritual, a filha dela e o marido da jovem também estão presos acusados do crime de tentativa de homicídio triplamente qualificada contra a criança.