Os preços de fuzis no mercado ilegal de armas brasileiro aumentaram até quatro vezes entre 2005 e 2008, segundo informações da Divisão de Repressão ao Tráfico de Armas da Polícia Federal. De acordo com o chefe da divisão, delegado Marcos Dantas, o motivo do aumento nos preços é a escassez de armamentos no “mercado negro” internacional, provocada por inúmeros tratados internacionais de desarmamento e pelo aumento na repressão.
Em entrevista à Agência Brasil, Dantas explicou que um fuzil AR-15 calibre 5.56 milímetros, por exemplo, era comprado de traficantes de armas por um preço que variava de R$ 5 mil a R$ 7 mil, em 2005. Hoje, ele conta, os criminosos precisam desembolsar, pelo menos, R$ 20 mil, para que uma arma desse tipo seja entregue ilegalmente na cidade de São Paulo.
Já pistolas 9 milímetros, a principal arma traficada para o Brasil, teve um aumento de preço de até três vezes, passando de R$ 800, em 2005, para R$ 2.500 em 2008.
“O que aconteceu, da década de 90 para cá, é que muitas convenções internacionais fizeram com que houvesse um controle maior sobre as armas e o mercado ficasse mais escasso. É a lei de oferta e demanda. Diminuiu a oferta de armas no mundo e isso fez com que o preço do armamento aumentasse”, disse.
O delegado afirma que, por conta da repressão da Polícia Federal, os traficantes têm evitado trazer grandes carregamentos de armas para o Brasil, optando pelo chamado “tráfico formiguinha” ou “conta-gotas”, em que são trazidas pequenas quantidades.
Além das pistolas 9 milímetros, a Polícia Federal diz que outras armas preferidas pelos criminosos brasileiros são os fuzis americanos AR-15 e Mini-Ruger (calibres 5,56 milímetros), o soviético AK-47 e o chinês Norinco (ambos calibre 7,62 milímetros).
De acordo com Marcos Dantas, também são encontradas sob posse de traficantes, com certa freqüência, antigas submetralhadoras americanas 9 milímetros.
Mais recentemente, afirma o delegado, um novo tipo de arma, mais potente, também passou a ser traficada para criminosos brasileiros: a metralhadora tcheca calibre .30 da marca CZ.
“Essas, a gente tem percebido que tem se desviado de Exércitos de países sul-americanos. Desde 2005, a gente apreendeu 15 dessas metralhadoras.”