domingo, 19/maio/2024
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Auditorias apontam que atendimentos fictícios no Ganha Tempo em 7 cidades de MT custaram R$ 6,3 milhões

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Redação Só Notícias (foto: assessoria/arquivo)

As auditorias da Controladoria Geral do Estado (CGE) e da secretaria de Planejamento (Seplag) identificaram indícios de pagamento irregular de 105 mil senhas geradas pela empresa, que administra Ganha Tempo em Sinop, Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis e Várzea Grande A senhas apontam para a existência de atendimentos fictícios, que custaram aos cofres públicos ao menos R$ 6,3 milhões , pagos entre março de 2018 e janeiro de 2020.

O valor foi bloqueado judicialmente da conta da concessionária por conta da operação intitulada Tempo é Dinheiro que foi deflagrada esta manhã, pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) para investigar as irregularidades já apontadas e a justiça expediu 19 mandados de buscas e apreensões, medidas cautelares contra os gerentes de unidades e gestores da empresa, além da suspensão do exercício de suas funções na empresa e na estrutura do Ganha Tempo, a proibição de frequentar as unidades e de manter contato com os demais funcionários.

Conforme duas auditorias realizadas em 2019 pela CGE, a pedido do governador Mauro Mendes, há indícios de emissão de senhas para atendimento sem o atendimento ao cidadão. Pelo contrato, a emissão de senhas sem a prestação de serviços ocasiona em cobranças indevidas, já que a empresa recebe de acordo com a quantidade de atendimentos prestados.

Ainda em 2019, a secretaria estadual de Planejamento (Seplag) reteve o pagamento dos atendimentos com duração de 30 segundos, apontados como irregulares, e exigiu da concessionária no momento do atendimento a identificação individual do cidadão, possibilitando uma fiscalização mais eficaz e garantindo com essa medida maior segurança da informação.

Conforme relatório da CGE, entre março de 2018 e janeiro de 2020, foram geradas 979 mil senhas nas unidades do Ganha Tempo – que gerou o faturamento de R$ 16,5 milhões à empresa -, das quais 105 mil foram consideradas irregulares (senhas inexistentes, replicadas ou não atendidas por desistência do usuário, por exemplo).

Do total de senhas, 10,8% são com registro de tempo de atendimento de até 30 segundos, o que, segundo auditores, seria impraticável para os 102 serviços oferecidos nas unidades do Ganha Tempo, ainda que considerando o serviço mais simples. Das 105 mil senhas, cerca de 60 mil possuem registros de tempo de atendimento de até 15 segundos.

De acordo com dados do próprio sistema do Consórcio, têm média de atendimento de 34 minutos, como: justificativa de voto, negociação de débitos com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), emissão de título, solicitação de seguro-desemprego, busca de informações sobre programas sociais da Setasc etc.

Os auditores identificaram que 99% das senhas registradas com tempo total de 30 segundos tiveram atendimento avaliado como ótimo, o que determina que 12% das avaliações registradas como ótimas são dos atendimentos irregulares.

A análise apresentada aponta que, excluindo as 105 mil senhas para as quais não houve atendimento, o valor pago por atendimento pelo Estado passa de R$ 13,88 para R$ 19,35, considerando a regra contratual que garante ao contratado o pagamento de no mínimo 80% da demanda prevista.

O contrato foi firmado em outubro de 2017 entre a secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas) (atual Setasc) e o consórcio para a gestão das sete unidades do Ganha Tempo,por um período de 15 anos (2018 a 2032). Após a reforma administrativa, realizada pelo governo em 2019, o contrato passou a ser gerido pela Seplag.

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