Depois de passar o período de flagrante, o adolescente, 15 anos, que desferiu um golpe de faca contra o colega de classe, de 16 anos, ontem pela manhã, durante uma briga dentro da sala de aula, se apresentou à Polícia Civil, foi ouvido e liberado. O fato aconteceu em uma escola estadual do Distrito de Canga, na zona rural de Poconé (104 Km de Cuiabá). A vítima, já saiu do hospital e passa bem.
Acompanhado do padrasto, o menor foi ouvido pelo delegado Rodrigo Bastos da Silva e alegou que agiu em legítima defesa. Disse ao delegado que foi segurado por um dos irmãos enquanto o outro o agredia com socos, por isso, tentou se defender e alcançou a faca de mesa que ele carregava no bolso. Alegou ainda que a faca era usada para apontar lápis, por isso estava no seu bolso. Após o depoimento, o adolescente acabou liberado e caberá ao Ministério Público decidir se representa ou não, no Judiciário, pela internação dele.
Caso decida representar pela apreensão do menor, surgirá um velho problema que já conhecido pelo Ministério Público de Poconé: a falta de vagas no Centro Socioeducativo de Cuiabá, no Complexo do Pomeri, uma vez que a cidade, onde o menor praticou o crime, não dispõe de local para ele ficar detido.
Conforme o delegado Rodrigo Bastos, o rapaz foi liberado após ser ouvido, porque não foi autuado no flagrante. Até houve buscas por parte da Polícia Militar e da Civil, mas sem obter sucesso, as buscas foram suspensas. Assim, quando o adolescente se apresentou nesta sexta-feira por volta das 11h, não era mais possível autuá-lo em flagrante.
Um procedimento de ato infracional por tentativa de homicídio já foi instaurado pelo delegado. Agora, o próximo passo é ouvir as testemunhas que presenciaram o fato, ocorrido por volta das 8h dentro da sala de aula, na quinta-feira. As intimações para alunos e professores da escola foram expedidas nesta sexta-feira.
Todos as pessoas notificadas deverão prestar esclarecimentos na próxima segunda-feira (16). "Vamos ouvir todas as testemunhas que presenciaram a agressão para esclarecer a versão do acusado. Assim, será possível saber se de fato ele era agredido e agiu em legítima defesa", conta o delegado que espera esclarecer também com os interrogatórios, se de fato o agressor, tinha o costume de levar a faca para apontar lápis como alegou no depoimento. Ele também aguarda o laudo de lesão corporal realizado no corpo da vítima comprovando a agressão para anexar no caso que segue sendo investigado.