Os três acusados de integrarem uma quadrilha suspeita de aplicar mais de R$ 2 milhões em golpes em Sinop, Colíder e outras cidades da região Norte foram colocados em liberdade. A decisão é da juíza da 2ª Vara Criminal, Débora Roberta Pain Caldas, e foi tomada com base em requerimento do Ministério Público Estadual (MPE) que solicitou oitivas com mais cinco vítimas da quadrilha, o que ocasionaria “excesso de prazo para a formação da culpa”.
Os réus respondem a uma ação penal, na qual 14 pessoas figuram como vítimas. Eles não poderão sair da comarca sem autorização judicial, sob pena de análise de nova decretação de prisão preventiva. Todos foram ouvidos em audiência de instrução e julgamento em dezembro. Novos depoimentos de envolvidos no caso estão marcados para o dia 3 de dezembro.
Um dos suspeitos de integrar a quadrilha foi localizado, em agosto, em Campo Grande (MS), e transferido para Sinop. Ao chegar na delegacia sinopense, confessou que devia R$ 1,5 milhão e, por isso, começou a aplicar os golpes. “Eu ia me mudar para aquele estado [Mato Grosso do Sul] e recomeçar minha vida”, relatou o homem a um escrivão durante o depoimento. Ele ainda responde a outro processo na Justiça Federal de Porto Velho (RO) por crime semelhante. Os outros dois comparsas foram presos, no mesmo mês, em Colíder.
Conforme Só Notícias já informou, após as prisões, 18 vítimas procuraram a delegacia de Polícia Civil para registrar boletins de ocorrência contra os suspeitos. Segundo o delegado que trabalhou no caso, Ugo Ângelo Reck de Mendonça, os prejuízos causados pelos golpes podem passar de R$ 3 milhões. De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha era especializada em comprar e vender gado e veículos. Uma fonte policial disse, na época, que, em apenas um golpe, eles teriam comprado mais de mil cabeças de gado, causando prejuízo de quase R$ 1,4 milhão.