sexta-feira, 19/abril/2024
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Vaticano: Adeus ao Papa

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Duas coisas caracterizaram o reinado papal mais longo que se houve recentemente. Até antes de Juan Paulo II, todas as rebeliões que houve no bloco ex-soviético foram coordenadas por comunistas dissidentes.

A igreja anunciou auxilio ao partido “Solidariedade” na Polônia e ajuda para que a nova oposição anti-Moscou fosse capitaneada por intelectuais pró-mercado.

Uma combinação de tradicionalismo com modernidade. Nenhum outro Papa viajou tanto e se valeu diretamente dos meios mis avançados de comunicação e transporte. Mas, tudo isso para afiançar o conservadorismo religioso. Colocou-se contra a “Teologia da Libertação” e também manteve o veto a homossexualidade, às sacerdotisas femininas, ao matrimonio de curas, ao aborto e aos anticoncepcionais.

Sob seu controle a igreja romana arrebatou para sua crença, milhões de sauditas e contribuiu para p “colapso ateu” em que se encontrava o leste europeu. Na América Latina, coordenou o peso do clero e conseguiu congregar massas em Cuba, porém, não pôde evitar o crescimento de novos cultos cristãos.

Novo Papa?

A igreja católica está mudando de pontífice. A igreja escolheu o primeiro papa polaco com o intuito de mobilizar aos crentes do leste europeu para desmoronar ao “ateísmo vermelho”.

João Paulo II foi o pivô ao conseguir que sindicalistas polacos se apartassem de qualquer oposição à esquerda frente aos regimes pró-Moscou e apontassem ao que Walessa chamava de reintrodução no mercado.

Existem possibilidades de que a igreja agora nomeie o seu primeiro Santo Pai de pele escura ou do Terceiro Mundo (de onde vêm 2 de cada 3 católicos), pois seria algo que poderia ajudar a expandi-la.

É difícil que os cardeais elejam a um papa modernizador. A maior parte deles foi nomeada por João Paulo II, que sempre foi conservador, anti-aborto, homo-fóbico, anti-controle de natalidade e pró-celibato.

É improvável que o novo papa adote alguma reforma liberalizante, como àquelas feitas pelos anglicanos (a vertente cristã mais similar à católica), quando ordenam sacerdotes mulheres e gays.

* Isaac Bigio é analista internacional. Foi professor de política brasileira e latino-americana na London School of Economics. Tem uma coluna diária no jornal Correo, o diário em espanhol de maior circulação no Pacífico, e escreve para dezenas de meios de comunicação dos cinco continentes. Seu site é www.bigio.org.

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