Em meio ao agravamento da crise política, econômica e social que abala o Brasil, atingindo todas as camadas sociais e de forma mais aguda a população mais pobre, parece que a Presidente Dilma, seus conselheiros e asseclas ainda não perceberam a gravidade do quadro nacional.
Durante campanha eleitoral do ano passado, Dilma, orientada, guiada ou até mesmo tutelada pelos seus marqueteiros e bajuladores não se cansava de “pintar” um quadro da realidade brasileira com cores azuis, onde o Brasil estava mais para uma ilha da fantasia do que um país que caminhava e continua caminhando para um abismo.
Como diz o provérbio popular “A mentira tem pernas curtas” , em algum momento as mentiras , as meias verdades e a manipulação das massas pela propaganda política e pelo “marketing” acabam perdendo a força e seus encantos e, então, a realidade nua e crua começa a aparecer e todos acordam para as agruras da vida.
Inflação em alta, câmbio descontrolado e o dolar atingindo patamares que o ex-ministro Mantega dizia que nunca chegaria ao que ai está, contas públicas no vermelho, cortes no orçamento deixando ministérios em apuros, saúde aprofundando o caos, educação , principalmente as universidades federais sucateadas, sem condições de inciar as aulas, violência generalizada, derrotas no Congresso Nacional e a corrupção endêmica que teima em continuar na agenda do governo e do país não dão trégua ao governo e ao povo.
Aumento dos combustíveis, aumento dos impostos, aumento da tarifa da energia que em ,no máximo mais seis meses, deverá atingir 60%, aumento dos preços nos supermercados, aumento do desemprego e um caldo social para alimentar o desconentamento da populaçao, em todos os Estados e regiões devem continuar acuando um governo que está mais próxino de seu fim do que de um novo recomeço.
O Governo Dilma perdeu e continua a perder de forma acelerada a credibilidade que é fundamental para continuar “comandando” o país. Isto foi revelado há poucas semanas na mais recente pesquisa do Data Folha e nas últimas manifestações que começaram com o panelaço durante o discurso pífio que pronunciou no ultimo domingo, por ocasião do Dia Internacional da Mulher e teve prosseguimento na última terça feira quando Dilma, mais uma vez, foi vaiada de forma retumbante quando visitava uma feira da indústria de construção em São Paulo.
Os analistas de marketing João Gabriel Chebante e Gustavo Ramos, das Agências e institutos de pesquisa de mídias digitais Essentia Marketing Digital e Chebante, analisaram o que aconteceu no último domingo onde estiveram em confronto o Discurso de Dilma e o panelaço. As conclusões são muito atuais e explicam o que está deverá continuar acontecendo, inclusive, nas manifestações deste domingo 15 de março.
Entre mais de 185 mil pessoas participantes da pesquisa, 77% foram contrárias ao discurso da presidente , apenas 19% favoráveis e 7% não se manifestaram. Os adjetivos “fora Dilma”, Impeachment e renúncia foram mencionados por 54,1% e apenas 13,6% falaram palavras de apoio e 6% disseram palavras de baixo calão e xingamentos.
Em relação `a avaliação pessoal da Presidente, 77% foram manifestações negativas e apenas 23% positivas, demonstrando que o povo não acredita mais nos discursos da mesma e estão extremamente insatisfeitos com os rumos do governo, principalmente em meio as denúncias de corrupção tanto na PETROBRÁS quanto outros setores do Governo, incluindo o fato de que a cada dia fica mais claro que a Presidente Dilma e o ex-Presidente Lula sabiam do que estava acontecendo.
Em meio a tudo isto e aos trabalhos da CPI da Petrobrás e das investigações da Lista do Janot, com toda a certeza caminhamos para uma instabilidade institucional, cujos desobramentos só o futuro poderá nos dizer qual a gravidade! Nuvens carregadas continuam sobre os céus de Brasília.
Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia
[email protected]
Twitter@profjuacy
www.professorjuacy.blogspot.com