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Uma bandeira para nossos líderes

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Mato Grosso tem uma vocação histórica, nos últimos 30 anos pelo menos, que é assumir a posição de liderança do chamado Bloco do Centro-Norte brasileiro, incluindo os estados de Mato Grosso Sul, Goiás, Tocantins, Rondônia, Pará, Amazonas, Acre e Roraima. Tenho dito aqui deste espaço que essa posição de liderança reside no fato de termos aqui alguns fatores que convergem para esse potencial, como localização geográfica estratégica; potencial produtivo; centro de negócios e comercial; centro de lazer, turismo e cultura; e centro de logística, sendo um entreposto importante para a ligação do Sul-Sudeste com o Centro-Norte.

Trocando em miúdos, estamos para as necessidades de ampliação de mercado do Sul-Sudeste da mesma forma que estamos para as demandas por serviços e produtos do norte: no meio do caminho. Essa vocação e esse potencial tomam uma dimensão muito grande agora com o anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apresentado pelo presidente Lula esta semana.

A previsão de investimentos públicos e privados da ordem de nada menos que R$ 500 bilhões até 2010, se concretizada, vai representar uma revolução industrial e econômica no país comparável ao chamado Milagre Econômico da época dos governos militares, no conceito, e superior a ele, nos resultados.

Claro que quando se fala em política pública, sempre há que se esperar o quanto do projeto tornar-se-á fato material, mas a monta dos investimentos e o alcance dos projetos são extremamente interessantes. O PAC foi erguido para dar respostas a três segmentos de amplo interesse para a região Centro-Norte, que são logística de transportes, eletro-energético e social e urbana, como foco principal em saneamento e habitação popular.

Energia, por exemplo, vai representar R$ 274 bilhões do total de recursos, em geração e transmissão; enquanto logística vai consumir R$ 58 bilhões e os investimentos em saneamento e habitação outros R$ 170 bilhões. É muito dinheiro, e pode representar para nossa realidade, por exemplo, a viabilização de projetos como Ferronorte e BR’s 163 e 158, além de novas linhas de transmissão de energia, usinas de geração, inclusive do biodiesel.

Obras e investimentos que podem concretizar a ligação econômica entre os estados da região, criando um novo mapa geopolítico no país, e formando um novo grande mercado altamente atrativo para diversos segmentos econômicos. E tudo isso, claro, gerando melhoria na qualidade de vida das populações, desde que se tomem cuidados necessários quanto à sustentabilidade, sobretudo por se tratar de estados que possuem ecossistemas sabidamente delicados e complexos, como Pantanal e Amazônia.

O importante no momento, entretanto, é a mobilização e a articulação política dos líderes desses estados para assegurar que os investimentos de fato cheguem à região. Em tese, boa soma dos recursos do PAC deve ser alocada no Centro-Norte e no Nordeste, que são regiões com maior demanda por infra-estrutura, mas a política pode azedar muitos projetos de desenvolvimentos criados sobre bases sólidas.

Penso que é uma boa causa para ser abraçada de forma prioritária por nossa bancada federal, já que para se exercer liderança é necessário ser vanguarda, iniciando desde já, imediatamente, a articulação dos estados para garantir que o PAC beneficie a região ao menos na exata proporção da nossa necessidade, e não privilegie apenas o Sudeste e o Nordeste.

Kleber Lima é Jornalista e consultor de Comunicação; e-mail: [email protected]

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