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Um ano de mudanças

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2013 foi um ano emblemático de muitos sinais de transformações importantes para o futuro. Mas para compreendê-lo é preciso antes compreender alguns fatos. Em 2000 esperava-se o chamado ‘bug’ do milênio, um momento em que todos os computadores do mundo entrariam em pane, porque o seu sistema de datas se encerraria em 1999. Erramos, porque eles estavam programados infinitamente. Mas ali se indicava que começava o terceiro milênio e o século 21, ambos muito emblemáticos em todas as tradições milenares, incluindo o apocalipse da bíblia.

Em 2008 as grandes potências mundiais experimentaram um enorme ‘bug’ econômico que ainda se arrasta pela economia mundial e, mesmo recuperando-se, deixará transformações muito profundas em todos os sistemas mundiais.

"O mundo foi construído em cima do papel de grandes líderes que conduziram as grandes massas nas direções desejadas, a exemplo de Moisés conduzindo o povo hebreu. Esse tipo de líder não existe e não existirá mais"

As questões ambientais que eram pouco mais do que brigas entre ecologistas e a economia, transformaram-se no conceito de sustentabilidade, que é a soma do econômico, do social, do ambiental e do cultural, gerando uma ideia de humanismo. Isso, por si só, já representa séculos de mudanças na convivência humana com os recursos naturais do planeta e com as relações de poder político e econômico entre os humanos.

Em 2013 encerrou-se o ciclo de mudanças iniciadas a partir da década de 1950 e efetivamente começou um ciclo de sustentabilidades e de transformações humanistas. Claro que isso não muda de um dia para outro e nem em 10 ou 20 anos. Importante é começar. Começou visivelmente.

Destacaria uma das enormes mudanças que estão bem embaixo dos nossos olhos. O mundo foi construído em cima do papel de grandes líderes que conduziram as grandes massas nas direções desejadas, a exemplo de Moisés conduzindo o povo hebreu. Esse tipo de líder não existe e não existirá mais. O humanismo já trabalha com lideranças em rede. Foi um produto desenvolvido a partir das tecnologias novas. O humanismo pressupõe que as pessoas possam se conduzir e construir os seus destinos desde que tenham as informações e a tecnologia necessária. Hoje, a informação saiu dos ‘donos’ tradicionais: as igrejas, a escola, a família, e até mesmo a mídia.

Nesse universo de reconstrução da civilização humana, as utopias começarão a se realizar a partir desse emblemático 2014 que se inicia. A atitude esperada de todos e tão somente a de estarmos abertos para o novo, porque ele virá queiramos ou não! Ah….com enorme poder de nos atropelar…!

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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