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Saúde pública e aleitamento materno

Dr. Gimenez, deputado estadual, médico e presidente da Comissão da Saúde da Assembleia Legislativa de MT
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Estamos em plena campanha Agosto Dourado, o dourado simboliza o “padrão ouro de qualidade do leite materno”. Como médico e deputado estadual, eu apoio a campanha por se tratar de saúde preventiva.

Pesquisas realizadas pela revista científica de medicina The Lancet do Reino Unido, em 2016, apontaram para 800 mil mortes infantis que poderiam ter sido evitadas no mundo, por ano, se a prática da amamentação fosse universal.

Esse mesmo estudo também indicou a redução dos custos em saúde pública superiores a 300 bilhões de dólares, o que deveria servir como argumento principal para os governos colocarem como prioritário na agenda de combate à mortalidade infantil.

No Brasil, a pauta sem dúvida é importante como medida para reduzir novas demandas ao nosso sistema de saúde já tão sobrecarregado. Como profissional da saúde há mais de 40 anos, posso assegurar que os benefícios são inúmeros.

Para os bebês, contribui para aumentar o vínculo afetivo com a mãe, gerando maior bem-estar físico e emocional, ainda melhora a digestão e minimiza as cólicas, estimula a inteligência, pois intensifica os estímulos recebidos pela criança, reduz o risco de doenças alérgicas e fortalece a arcada dentária.

Um ponto crucial no aleitamento materno é a prevenção contra doenças contagiosas (como a diarreia), já que o leite da mamãe está sempre na temperatura certa e pronto para ser ingerido pelo bebê. Ah, muito importante: ele é “de graça”!

No que tange às mamães, elas se beneficiam muito, porque a amamentação diminui o sangramento no pós-parto, acelera a perda de peso e as estatísticas mostram que reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio, bem como evita a osteoporose e pode proteger contra doenças cardiovasculares (infarto).

Restou alguma dúvida de que é a melhor opção para mães e filhos? Então porque, mesmo sendo mais vantajoso, a média brasileira de amamentação integral tem sido inferior a 60 dias? O que vem atrapalhando este processo que deveria ser tão natural?

Uma das razões continua sendo a falta de envolvimento e apoio da própria família, isso inclui o pai da criança e os avós. Na outra ponta, a saúde pública deixa a desejar em estrutura de acolhimento e orientação às mães que continuam, mesmo com tanta tecnologia, expostas a “mitos” da amamentação.

Ou você nunca ouviu falar que o “leite do peito é fraco”? Curiosamente, ao pesquisar na internet sobre “leite materno”, vamos obter respostas totalmente erradas dizendo que o leite materno “não sustenta a criança”. Isso significa que a campanha Agosto Dourado também passa pela desconstrução de conceitos amplamente difundidos nas últimas décadas e que não são verdadeiros.

Para as mães trabalhadoras existe um agravante: muitas delas não conseguem dedicar 6 meses exclusivamente para a amamentação, pois sofrem pressão para voltar ao trabalho antes do tempo ou algumas até acumulam trabalho fora e em casa. Ou seja, apesar dos avanços na legislação, ainda temos muito a caminhar.

Portanto, vamos desmistificar de uma vez por todas que amamentar seja um “ato simples”. Para inúmeras mulheres inclusive envolve dor, extremo cansaço e dedicação. Afinal, quem cuida dessa mãe? Que suporte recebe para vencer medos, inseguranças e saúde (física e mental) para amamentar?

Desde 2019, estou trabalhando por meio da Frente Parlamentar da Saúde da Mulher para contribuir com políticas públicas que incentivem o aleitamento materno e o fortalecimento dos bancos de leite em Mato Grosso. Avançar neste sentido é um projeto audacioso, que precisa e deve ser feito diariamente e não apenas no mês de agosto. Mães, contem comigo!

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