A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Tal questionamento já foi posto em discussão inúmeras vezes. Pode-se dizer que a arte resulta de elementos do próprio cotidiano, os quais suscitam o desejo de reproduzi-los com um novo ponto de vista, mais dinâmico e criativo. É a partir dessa reinvenção da realidade que surge a arte, cuja beleza nos inspira de tal modo que passamos a utilizá-la como mote naquilo que almejamos chamar a atenção da sociedade e levá-la à catarse. Nesse contexto, a publicidade utiliza a arte como essência de forma contínua, pois compartilha o mesmo objetivo desta última – o de causar reações diversas no público-alvo (emoção, riso, reflexão). É a partir da catarse que uma imagem aparentemente comum faz com que o consumidor fixe determinada marca ou produto e passa a considerá-lo como ideal para a satisfação de suas necessidades.
Por outro lado, acontecimentos comuns também constituem-se como a razão de ser da arte em todas as suas formas. Isso também abrange a área publicitária, pois o público-alvo é, essencialmente, a primeira fonte inspiradora para que uma empresa elabore uma campanha que transmita sua mensagem ao mercado visado.
Assim, o consumidor é o protagonista desse processo devido ao fato de a mensagem ser construída com base em suas perspectivas acerca de um produto ou serviço, proporcionando à empresa que ela de fato seja vista por seus clientes em potencial.
Contudo, nos casos em que o conceito da imagem não é devidamente articulado, a marca não é bem-aceita e desperta certo receio no consumidor. Essa reação, logicamente, repercute de maneira negativa para a empresa.
Dessa forma, pode-se dizer que o publicitário é responsável por traduzir as expectativas do mercado, ora através de uma imagem atrativa, ora por meio de um texto capaz de instigar e persuadir o público devido ao grau de criatividade. Eis o ponto em comum entre publicidade e arte: ambas englobam a ideia de transcendência do real de forma inventiva e ao mesmo tempo próxima do cotidiano de seus espectadores.
Tendo em vista que cada indivíduo possui suas peculiaridades, a publicidade tem como principal desafio analisar cada segmento de consumidor juntamente com seu cliente (empresa). Isso envolve a identificação de características de compra em comum entre os possíveis clientes, o que permite maior facilidade nesse processo de mapeamento de público. Após delimitado o tipo de público que se almeja alcançar, a campanha é articulada de forma sistemática por ambas as partes – empresa contratante e agência publicitária -, objetivando atingir a maior abrangência possível dentro do mercado que a empresa atua.
Assim, cabe à publicidade a importante missão de promover uma marca de maneira abrangente e criativa, fazendo com que a arte contribua para que empresa passe a ser vista de forma positiva pelo público-alvo. Com isso, conseguirá agregar valor a marca e consequentemente alcançará os resultados que deseja.
Rosana Varela – redatora da Nova Mídia Publicidades – Sinop