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PT x PT – final

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Encerrando esta série de três artigos, não há como deixar de resgatar a história do Partido dos Trabalhadores na construção do seu projeto de poder no país. Em plena ditadura, nascido em 1980, como um braço ideológico da esquerda brasileira, o PT tinha algumas bênçãos muitos especiais, entre elas a base social da Igreja Católica. Destaca-se aqui a Teologia da Libertação e eclesiais de base, alas progressista da Igreja. As demais alas da esquerda que se alojavam no MDB e depois no PMDB se afastaram depois da democratização em 1985, quando o partido chegou ao governo e se mostrou incapaz de uma gestão transformadora semelhante ao seu discurso de oposição durante o regime militar.

Foram para o Partido dos Trabalhadores levando massas sindicalizadas, o funcionalismo público que se sindicalizou e filiou-se à Central Única dos Trabalhadores, a CUT. Assim aparelhado, o PT acabou chegando ao poder em 2003, com Lula presidindo o país. Mas em 2002 precisou fazer concessões ao mercado internacional quando foi convocado a Washington e teve que concordar em manter três pontos: a política fiscal do Brasil iniciado com o Plano Real, manter as privatizações feitas na gestão anterior e honrar a dívida externa brasileira. Assim concordado, Lula voltou ao Brasil e divulgou a famosa "Carta aos Brasileiros", nessa direção.

Uma vez no poder, a esquerda já entrou amordaçada. As contradições políticas entre ser oposição e governar, debilitaram todos os propósitos transformadores do partido. Restou-lhe as políticas sociais que não bastaram pra transformar o país fora da abundância de capital que o país e o mundo ostentaram entre 2000 e 2008. Acabou a abundância e não havia planos efetivos para um país e que crescia e mudava.

As crises sucessivas a partir da segunda gestão Lula, concluídas na gestão Dilma, foram lentamente construídas dentro da incapacidade gerencial de organizar uma agenda nacional política e econômica. O PT desmontou o poder do PT. Não tem outra razão. Claro que o discurso político foge dessa explicação. Quem vai explicá-lo será a História. Até lá, o PT e seus líderes chorarão lágrimas de sangue pela perda do poder onde ficaram por 13 anos, contrariando o desejo de lá permanecer por muito mais tempo.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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