Ai! Ai! São seis horas da tarde, chega o fim de mais um dia de trabalho árduo. Agora, tenho que encarar alguns minutos nos pontos de ônibus à espera de uma condução “luxuosa e confortável” como os Corollas dos deputados, que me leve para casa. Finalmente após meia hora de espera chega o tão sonhado transporte. Ah! Que coisa maravilhosa! A gente é recebida com uma grande corrente de calor humano, tanto que você nem precisa se agarrar às barras para se manter em pé, pois fica amparado por todos os lados por pessoas solidárias. Quer coisa melhor?
Mas tudo bem, agora é só esperar pela jornada de uma hora para chegar até a minha casa. Oh coisa boa. Não tem nada melhor, afinal você aproveita a viagem para imaginar como é a vida dos que podem ir a Disney para andar na montanha russa, porque o balanço do ônibus é tanto, que você se sente lá literalmente, ou melhor aproveita para chegar em casa relaxado, já que no empurra empurra e balanço do busão, a sensação de calor humano constante, dá até para se comparar com as cadeiras com corrente de indução eletromagnética em que os nossos deputados se acomodam para assistir as sessões, que custaram mais de 70 mil reais cada uma. Que ironia não!
Enquanto eles relaxam nas confortáveis cadeiras, nós continuamos a nossa jornada de sofrimento no transporte público. Isso é Mato Grosso, isso é Brasil. Ironias a parte, de certa forma o povo tem culpa nesse caso, haja vista que enquanto nós não aprendermos a votar e cobrar ações por parte de quem elegemos, os mesmos vão continuar brincando com a nossa cara.
Maraísa Pedroso é acadêmica de jornalismo em Várzea Grande