Não é à toa que ouvimos recorridamente a frase: “Não gosto de política!”. Pois a política se tornou local frequentado pelos mais perversos praticantes da degradação do bem público e da dignidade humana.
Quando digo que não é à toa que o cidadão costuma falar que não gosta da política é porque compreendo que ele observa cético às práticas maléficas causadas pela corrupção. E, como um político, tenho nojo das práticas e condutas de muitos políticos que andam soltos por ai.
Contudo, os políticos não chegam ao cargo por concurso público — eles são eleitos. Se focarmos nessa ótica, caros cidadãos e cidadãs, a responsabilidade pela prática política se volta a nós. E “gostar de política” deveria se tornar uma prioridade da sociedade.
Também costumam dizer por ai — em tom irônico e pejorativo — que na política existem muitos artistas. Concordo que a política seja sim uma arte. A arte da transformação de sonhos.
Pode ser que esses artistas sejam gênios imbuídos em transformar sonhos em realidade; ou canastrões que transformam sonhos em pesadelo.
A política atinge diretamente o dia-a-dia de nossas famílias; nossos sonhos. Quando se precisa de escola pública de qualidade, de leitos e remédios nos hospitais, de policiamento na porta de casa, da sensação de segurança, de estradas de qualidade, entre tantas necessidades do dia-a-dia — estamos precisando de política.
Por isso, a política é uma arte que deve ser apreciada cuidadosamente. Depende de você (eleitor ou eleitora) reconhecer o bom político. Isto significa que é preciso aguçar a criticidade, se envolver com a comunidade e se comprometer veemente, pelo menos, durante as campanhas eleitorais.
Promessas fáceis, é certo, jamais serão cumpridas.
A transformação de sonhos em realidade começa pela escolha correta de bons políticos. O cidadão tem a obrigação de fazer o dever de casa, que é analisar o currículo do candidato; isto é, olhar o seu histórico profissional, pessoal e público.
O candidato a bom político já é um bom pai de família, é sério, cumpre com seus compromissos financeiros, é uma pessoa honrada.
E tenha certeza, essa pessoa, dentro da política, vai continuar com um trabalho honesto e transparente. Usando corretamente o dinheiro público. O homem honesto na vida pessoal vai continuar honesto na vida pública.
O candidato a bom político é aquele que quer se doar à sociedade e não se servir do dinheiro arrecadado com o suor dos trabalhadores.
Somente assim, a sociedade vai se orgulhar da política e de seus políticos. Somente assim, a sociedade vai poder dizer com orgulho que “gosta de política”.
Zeca Viana, deputado estadual, presidente do Diretório Estadual do PDT de Mato Grosso; presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária e articulista de um novo projeto para Mato Grosso em 2014.