Em meio aos desmandes do dia a dia, comemorar mais um Dia do Advogado não é fácil. É estar na linha de frente com as situações mais perversas da sociedade e buscar o melhor caminho para a defesa. É ter um lado que pensa nos direitos humanos, mesmo que às vezes a maioria da população não ache que seja o correto.
Ser advogado é viver o direito. Viver o direito e para o direito, sempre alimentado do espírito de Justiça, sem esquecer que a Justiça é feita pelos homens e que esses homens podem cometer falhas. Não é querer ser Deus, mas é querer ser instrumento para que a sociedade não padeça nas mãos da violência ou da corrupção.
A vida do advogado é trabalhar muito. Trabalho duro, a qualquer hora, mas muito honroso para quem o faz com dedicação e honestidade. A advocacia é uma das mais antigas profissões da história da humanidade. Sendo considerada muitas vezes polêmica pela própria liberdade que é conflituosa quando se fala do livre arbítrio. Polêmica ou não, é uma profissão da qual me orgulho.
A advocacia, como defesa de pessoas, direitos, bens e interesses, teria nascido no terceiro milênio antes de Cristo, na Suméria, se forem considerados apenas dados históricos mais remotos, conhecidos e comprovados. Assim se tem conhecimento que a prática da advocacia era efetiva. Segundo o escritor Rui Barbosa, “Legalidade e liberdade são as tábuas da vocação do advogado” e ainda de acordo com o jurista: “É preciso ser forte e consequente no bem, para não degenerar em males inesperados”.
A Grécia é considerada o berço da advocacia. Foi na Grécia que surgiram grandes oradores como Demóstenes, Péricles, Isócrates, Aristides, Temístocles, entre outros, estes foram considerados grandes advogados por sua persuasão e retórica. Sólon foi o primeiro, que se tem notícia, a regulamentar a profissão; entretanto, excluía desta as mulheres, os escravos e os infames.
No dia 11 de agosto comemoramos o Dia do Advogado. Data escolhida porque em 1827 foram criados os primeiros cursos de Direito no Brasil. É uma data boa também para repensarmos as melhorias das condições de trabalho, o desgaste da profissão e prezar para que cada vez as universidades ofereçam qualidade no ensino, ao invés de se preocuparem com a quantidade de alunos.
Hoje em dia, enquanto ocupo a função de legislador, vejo o quanto foi importante os conhecimentos que adquiri nos corredores da universidade e também nos passos como defensor público. Por isso, quero parabenizar àqueles advogados que querem ser justos, sempre e que são intolerantes com a injustiça e a ilegalidade, sofridas com mais intensidade pela camada mais pobre da sociedade. Quero lembrar os advogados e advogadas que sentem na pele a dor da vítima e do inocente e são solidários com essa dor.
Também quero homenageá-los por serem duros com os infratores, afinal, o papel desses profissionais é importante para a sociedade. Mesmo que tenha um grupo que não compactue que esse juramento de ética e compromisso com o cidadão. Infelizmente, existem profissionais que esquecem que o verdadeiro objetivo é a Justiça e não se render ao crime e a corrupção. Mas, na data de hoje, vale lembrar que apesar de uma parcela envergonhar os que trabalham com responsabilidade, essa parcela é muito pequena, porque a profissão é construída por aqueles que realmente representam a boa cidadania.
Nesta data, lembrei-me dos anos que atuei como defensor público e dos colegas que estão nesse caminho com muita dificuldade. Não dá para não sentir saudade e orgulho dos que estão presentes. Nesse braço da Justiça, cada cidadão tem consciência de que tem direito à saúde, educação, qualidade de vida, além de outras inúmeras bandeiras que se propagam com dificuldade para a conquista de um Estado melhor e com mais dignidade. Isso é só um pouco do porquê de se comemorar a data dos profissionais de direito.
Valtenir Pereira é Defensor Público licenciado e Deputado Federal por Mato Grosso
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Pelo dia do advogado
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