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Paranoia governamental

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Ao longo da história nos deparamos com comportamentos que somente a psicologia consegue explicar. São formas de pensar, sentir e agir que escapam ao que consideramos racional ou correto em determinadas situações.
Antes de falar sobre a questão da "espionagem" que o governo brasileiro vem fazendo um "cavalo de batalha", seria bom voltarmos ao conceito de paranoia que ajuda muito no entendimento do que está acontecendo no governo Dilma e já se espalhou pelo senado e corre-se o risco de contagiar a nação inteira, a menos que pessoas que ainda permitem um raio de luz vindo da racionalidade possam apontar os riscos que tal comportamento pode acarretar.

Paranoia é um processo de elaboração do pensamento altamente influenciado por ansiedade e medo, podendo chegar a um ponto de total irracionalidade ou ilusionismo e desconectar a pessoa, o grupo ou organização que tenha este comportamento da realidade imediata. Neste caso, exige tratamento sério. Se não for tratado pode acarretar sérios riscos a quem tem este comportamento e a outras pessoas, grupos, instituições ou até mesmo nações inteiras.
O quadro de paranoia inclui mania de perseguição, idéias de conspiração relativas a ameaças, geralmente infundadas, falsas acusações, um certo delírio de grandeza, desconfiança generalizada nas demais pessoas.

A paranoia é a base das chamadas teorias da conspiração. Neste contexto essas teorias representam um conjunto de proposições, aparentemente lógicas e corretas, mas que acabam enveredando para comportamentos irracionais e altamente destrutivos e acabam alimentando um certo sadismo.

As teorias da cospiração geralmente acusam pessoas, grupos econômicos, sociais, culturais, religiosos, políticos ou até mesmo nações e governos estrangeiros de agirem deliberada e sistematicamente para minar, realizar operações secretas e ardilosas contra os interesses do grupo, governo ou nação considerada. Neste sentido o resultado é a criação de um inimigo externo com o propósito de fortalecer e dar maior coesão ao grupo, seja ele de qualquer natureza, podendo a paranoia chegar até a nivel nacional, quando verdadeiros atos insanos são cometidos contra o inimigo externo. A paranoia e as teorias da conspiração alimentam-se do ódio, o etnocentrismo, da idéia de que o inimigo tem que ser humilhado, destruido até que ocorre uma verdadeira catarse ou um verdadeiro circo de horror.

A paranoia governamental e as teorias conspiratórias sempre estiveram presentes na história humana. Durante o império romano o inimigo externo que estava minando o governo e a grandeza de Roma eram os cristões; em determinado momento eram os mouros, dai as guerras santas para dizima-los; durante o nazismo eram os judeus, ciganos, negros e outras minorias; para Getúlio ao se suicidar eram as famosas "forças ponderosas que se abateram sobre mim"que o levaram ao suicídio; para Jânio ao renunciar eram as "forças ocultas"; para os aiatolás iranianos é a conspiração sionista; para Bush era o "eixo do mal", para Jim Jones era a busca do paraiso; para Obama é o terrorismo e as armas de destruição em massa. E agora, para Dilma, seus ministros e o Senado, é a espionagem norte-americana.
Algém precisa dizer ao governo brasileiro que espionagem política, militar, econômica, industrial, científica e tecnológica é uma realidade das relações internacinais há séculos, cabe a cada governo desenvolver seus próprios sistemas de segurança para resguardar seus intereesses, sua soberania, seus objetivos nacionais interna e externamente. Exigir que quem espiona siga regras, dê satisfação de seus atos, avise o que está buscando parece uma certa infantilidade, como quando Lenin escreveu que o esquerdismo é a doença infantil do comunismo!

Até quando nosso governo vai saber das coisas pela imprensa? Onde estão os serviços de inteligência e contra-inteligência?

Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia
[email protected] Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

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