Meu tio, mentor, amigo, a pessoa com quem eu sempre podia contar para um sorriso encorajador após uma queda quando criança, para acalentar meu coração adolescente atormentado e orientar-me quando da ocasião do meu casamento, o qual ele oficiou e como tudo mais, com sua aura, tornou a celebração ainda mais especial. Suas palavras tinham o tom certo, sua fé tão profunda que um não podia fazer nada, mas acreditar também. Ter feito parte da existência dele, ser capaz de vê-lo sorrir e relaxar com os irmãos e família foi uma benção inestimável.
Os dias passam e continua difícil acreditar que não vou mais vê-lo mexendo numa planta ou outra, ou ouvir sobre a construção da catedral ou tantas outras estórias que faziam-me sentir tão especial e muitas vezes rir, e no entanto, ainda há tanto da presença dele ao nosso redor. Eu sei que cresci como ser humano por tê-lo conhecido, por ter escutado e apllicado as lições que ele ensinou.
Haverá sempre esse espaço vazio em minha vida e nas das pessoas que de uma maneira ou de outra fizeram parte da vida dele, mas temos que seguir em frente e, ao menor tentar, com o todo nosso coração e fé, seguir sua lição de vida, nos inspirarmos em sua coragem e habilidade de sonhar e lutar pelo que é certo, com suor, garra e dedicação e imagino que ele estará torcendo por cada um de nós a cada passo da nossa caminhada.
Helena Salarini é sobrinha de padre João (pioneiro em Sinop e idealizador da capital) e reside em Nova Iorque