sábado, 27/abril/2024
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Os velhinhos são tratados como privilegiados e golpistas

Wilson Carlos Fuáh – Economista Especialista em Administração Financeira e Relações Políticas e Sociais em Mato Grosso - [email protected]
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É triste ver como os aposentados são tratados pelos dirigentes deste país, pois são considerados privilegiados e golpistas, e por isso, terão que contribuir com a previdência social até a morte, com uma alíquota de 14% “escorchante” para contribuir para baixar ao “déficit” da previdência, que na verdade foram provocados pelos corruptos que desviram os recursos da previdência, e esses velhinhos, ainda são vistos como possíveis golpistas, pois tem que seguir pelas ruas em cadeiras de rodas, até os postos da previdência, para provar que estão vivos nesta pátria amada Brasil.
Os nossos queridos velhinhos, quando começaram a trabalhar, constava em seus contratos previdenciários, que a partir da primeira contribuição, passaria a ter todos os benefícios da Previdência Social, ou seja, deveria ser descontado de seu salário, o valor que lhe daria a garantia de receber um salário proporcional a sua contribuição depositada nas contas do INSS, ou IPEMAT, e essa contribuição sessaria ao aposentar-se e receberia os seus benefícios até a morte.

Outra malvadeza humilhante, pois além da redução da renda anualmente, para receber seu minguado benefício, tem que provar de forma presencial que está vivo. E por isso, vemos pelo Brasil a fora, a vergonha de assistir os “velhinhos” sendo carregado nos braços, ou subindo escadas, e para aqueles que já têm suas cadeiras de rodas, segue pelas ruas desse país sendo humilhado nos postos do INSS, e ao chegar lá, é recebido por um funcionário com humor vencido, e que olha para o velho cidadão, e assina e carimba um papel, e coloca no sistema, (quando este não está fora do ar) e informação de que ele está vivo, e assim, aquele que contribuiu 35 anos e agora tornou-se beneficiário, passa a ter o direito de receber seu salário por mais um ano, e que as vezes, não dá nem para comprar seu remédio, que toma de forma continuada.

Uma providência simples, deveria ser repensada pelos Deputados, que também odeia os velhinhos da previdência, elaborando um Projeto de Emenda Constitucional, obrigando que as funerárias, juntamente com o IML, tivesse a responsabilidade de registrar os Atestados de Óbitos, e após, pudesse os enviar e compartilhar com o INSS, em On Line, para que os nossos velhinhos, deixassem de ser humilhado anualmente, e com isso, não haveria a necessidade de provar que estão vivo ou que não são um potencial golpista.

Os administradores corruptos e as más gestões, fizeram desaparecer todos os saldos das contribuições dos 35 anos de cada um desses aposentados atuais, e que se fosse calculados com as devidas correções, são os recursos que hoje deveriam estar nos cofres públicos para pagar os aposentados, mas simplesmente desapareceram. Agora, vêm o Presidente, os Governadores e os Prefeitos atuais, e com apoio dos parlamentares, (Maria vai com as outras) dizerem que os aposentados deverão continuar contribuindo com 14%, até a sua morte, e esses malvados dirigentes, dizem com a “maior cara de pau” que a arrecadação atual, não dá para pagar os aposentados, e por isso, são eles que estão provocando os “déficits” anuais de bilhões a previdência, e que por isso, os velhinhos que já contribuíram por 35 anos, tem que ajudar o país até a morte.

Essa vergonha que está acontecendo no Brasil, é um estelionato nacional, é o mesmo que você financiasse um carro para ser pago em 60 meses, e ao final da quitação, para você ter o beneficio continuado e usufruir do veículo, terá que ficar vinculado a concessionárias por má gestão e desvio de recursos da administração particular, e continuar pagando o seu financiamento até morrer, e ainda essa concessionaria afirmaria para todos os que compraram um carro lá, terá que compraram seus lá, deveria continuar contribuindo com a empresa, para que os atuais clientes possam ter seus financiamentos no futuro garantido, e também para diminuir do “déficit” da empresa.

O que fazer em nome desses milhões de idosos aposentados?
Com o ensinamento a partir da escola, os jovens passariam conhecer  as histórias daqueles que lhes deram o direito a vida e principalmente a valorizar as suas origens e as suas raízes. Os conteúdos  sobre  a  cultura educativa em relação ao envelhecimento e o respeito aos mais velhos, deveriam ser obrigatória, de forma que estes idosos, sejam valorizados e possam receber o carinho, a atenção  e reconhecimento de todos os membros da família, e principalmente da sociedade.

Necessário se faz conscientizarem de que a senescência  é um processo natural e imutável, e que ninguém  merece receber maus tratos e ingratidão só porque tornou-se um velho necessitado, por isso, é necessário, que leis que beneficiem os idosos sejam formalizadas, seria uma forma de compensação  pelo  legado das coisas boas que deram e fizeram pelos seus familiares e pelo país.

Brasil é um país que se tornou um explorador de idoso, pois vejam, o que essa reforma da Previdência Social ocasionou, era a “gota d’água” que faltava para transbordar a malvadeza contra os idosos aposentados, e estes, com todos os problemas de saúde, que lhes são  peculiares, ainda ficarão  numa situação de serem abusados, recebendo o desconto de 14% dos seus minguados salários e ainda contribuir até a morte.

Toda família tem, teve, ou terá um ou mais aposentados, por isso, é importante que esses dirigentes que votaram essa reforma da previdência, sejam recusados até a morte, e que todos os descendentes desses idosos aposentados, sejam os propagadores dessa malvadeza pelo resto da vida, colocando os nomes desses políticos descompromissados com os idosos, fazendo a propaganda negativa contra eles, e também todos os indicados por esses políticos, sejam recusados em todas eleições.

Não existe uma Lei mais Inconstitucional do que aquela que faculta aos Planos de Saúde explorar os idosos, (todos são iguais perante a Lei, será?), pois a cada aniversário, os nossos velhinhos recebem  um presente  de grego,  mais ou menos assim: “parabéns você mudou de faixa etária , e vai receber mais um aumento progressivo e agressivo na sua mensalidade”. O mesmo que sentenciar a eles: “neste país é proibido envelhecer e como você é teimoso,  aguente   o preço  dessa resistência com uma mensalidade exorbitante, onde só a morte o livrará desse sacrifício”.
Essa inconstitucionalidade deve ser questionada pelos idosos aposentados, e formalizada em processo com as devidas provas testemunhais, para que os tribunais possam um dia julgar, talvez antes da sua morte,  pedindo ressarcimento do direito  que lhes foi tirado durante os  seus últimos dias de vida.

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