sábado, 27/julho/2024
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O violino e a política

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Este ano é ano de política! Ouvia isto de pessoasmais velhas, quandose referiam aos anos de eleições. Nesta concepção purista, só se falava em política, em anos eleitorais. Pelo menos para as classes populares. Nos anos seguintes era o de ver as consequências do ato anterior.

Não se perguntava por que seestavavotando, por que só gente da elite era candidato? E era comum receber mudas de roupas,dentaduras, tijolos, dinheiros para pagarem conta de luz, água e muitos eram operados de doenças graves nesses períodos. Nos anos seguintes era uma secura só. O político sumia e virava autoridade legalmente constituída pela democracia vigente.

Os showmícios eram verdadeirasfestas para a pobreza, que babava abaixo dos palcos, vendo seus ídolos de tão perto. Naquele momento, público epretensas autoridades formavam um só corpo, embalados por músicos populares.
Os “santinhos” poluíam o ambiente, espalhados no chão e nos bolsos dos eleitores encabrestados.

Os políticos usando o dinheiro público,encontravam na época,a fórmula de tocar a “flauta de Hamelin” embalando os pobres ratos.

Mas o que escondia este palco iluminado?Um aparelho repressor feroz, que ou você amava o Brasil, ou era obrigado a deixá-lo. A miséria era tratada como algo natural e que com os esforços dos grandes generais e políticos aliados, tentavam em nome de Deus resolver algo que não eram eles que criaram,mais sim uma situação cultural de mais de quatrocentos anos. O honesto Paulo SalimMaluf era um deles. Aqui uma família do outro lado da cidade, inclusive mandava banana para os professores.

Falar na época em distribuição de renda era ser comparado a comunista, estranho aos interesses nacionais.
Criamos o termo coronelismo para designar os mandatários políticos, com domínio econômico e no topo da cadeia social. Termo forjado na época da regência brasileira (1831-1840), e que hoje de forma pejorativa ainda vigora de forma intensa e cada vez mais quando se percebe a “familiocracia” dos nossos políticos.

Voltando aos tempos antigos, nos discursos de outrora, como os de hoje, tudose resolve no verbo. O verbo do momento eleitoral. No ontem,o palanque era real, hoje é virtual, mas nada mudou. As falas são de melhoria social e igualdade para todos. Fim de todas as malesas einfortúnios para os desafortunados.

Cada candidato, com suas pautas e programas eleitorais resolvem tudo no papel. Mas há algo de podre no reino da Dinamarca, ou seja, traições. É o que de real acontece com o candidato e o eleitor.

O que verdadeiramentese quer é a tomada do poder político para nadar de braçada nos recursos públicos e usá-los para enriquecer o povo, povo? Sim o povo, o povo deles. Ou seja, seus familiares e os “laranjas”. Peculato é termo que explica bem isso.
E este ano é um ano eleitoral! O que eles políticos estão vendendo para nós? Bolsa família, Copado mundo, moralidade com a prisão dos mensaleiros. Mais investimentosem estruturassociais, transparências dos recursos públicos e privatizações de estradas e aeroportos. Mas onde está a pegadinha? Onde está o engodo disso tudo? Vejamos alguns exemplos.

Perceba quea bolsa família, iniciada no governo do PSDB e acrescida no governo do PT, como remédio para o fim da pobreza, tornou-se uma política conservadora de direita, pois tirou o ânimo da busca de emprego para muitos pobres, que agora se diverte fazendo filhos, para aumentar a renda.

A Bahia, por exemplo, é o recordista de bolsa família, São Paulo fica em segundo lugar. Criou-se um bando de mulheres parideiras, transformadas em arrimo da família, maquiando-se a população economicamente ativa (PEA), aumentando a preguiça.

Essa política é conservadora por que o governo e empresários não aumentam o número de emprego real, que no caso da indústria nacional, decresce a cada ano. Éramos e somos um país de banana. Ou seja, agrícola desde os tempos imemoriais.

A copa só esta servindo para a FIFA, que detémentreoutros, odireitode propagandas e marcas esportivas, das vagas de hotéis, desafiando a soberania nacional, impondo o nojento padrão FIFA para copa de 2014.

Quem ganha com a copa? As empreiteiras, os cartolas do futebol, as “grifes” esportivas,os Ronaldos da vida em muitas propagandas, e os governos nos três âmbitos que tentam capitalizar eleitoralmente, a custas de obras faraônicas e de estádios “elefantes brancos”, que após a copa se transformarão em obras inacabadas e sem utilidades para a coletividade. É tudo manipulação minha gente. Sobra a você ser “volunÓtário”.

E a prisão dos mensaleiros? A suprema corte jurídica do nosso país deu sinal de moralidade. Colocando nas prisões caciques do PT, talvez daqui a pouco pegue um peixe médio do PSDB.

Tudo parece crer que a alta corte está atenta a políticos corruptos, sendo dado o alerta para que este tipo de política não aconteça mais. Mas parece que o exemplo não serviu para nada. Os mensalinhos, só se multiplicaram e o antesdinheiro na cueca, agora vem de carro forte. Vai dinheiro nosso para o Panamá e Uruguai rapidinho.

Um verdadeiro laranjal se plantou no Brasil, onde pessoas ligadas diretamente a essa politicagem, transformam-se em prepostos dessa falcatrua, tornando-se ricos de uma hora para a outra, “graças a Deus”.

Uns ratos foram para a cadeia, mas com muitos privilégios ainda, e estão usando as brechas da lei e os judiciários estaduaispara ter privilégios. Tem um aqui que quer trabalhar 24 horas em vários empregos, só para não ir dormir na cadeia.

Pagamos osimpostos para termos estradas pavimentadas, aeroportos, segurança, entre outros direitos. Mas para se livrar da manutenção destes bens públicos, aceleram-se a transferência para a iniciativa privada.

Vamos pegar o exemplo das estradas. Primeiro usam o recurso público para construí-las, depois inventam leilões, para literalmente entregar a empresas “laranjas”, ligadas a deputados, senadores e nós pagamos o pato, bancando a manutenção com pedágios caríssimos, que são caixas de campanhas legalizadas para as próximas eleições. Perceberam como é feito a caixinha de campanha? Quer pior exemplo que a CAB em Cuiabá?

Legislam em causa própria, e nos enganam, usando um discurso de modernidade.

Há um total descrédito da população com a forma politica atual. A compra de voto é o que está posto. Compram e depois desaparecem e fazem o que querem no congresso, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais. E você que vendeu seu voto fica com cara de paisagem, sabendo o que acontece, mas finge que nada há de errado. O político corrupto existe,porque o eleitor também é corrupto.

Mas se você pensarbem, essa forma nefastade fazer política é igual atocar violino, toma-se o instrumentocom a mão esquerda, e toca-se com a mão direita. Odeio violino!

Pedro Felix, Historiador escreve em Cuiabá.

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