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O silêncio é ainda mais poderoso

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Realmente não compreendo esse silêncio de morte que reina nos mundos político e governamental diante das transformações que estão sendo construídas e atropelarão todos os sistemas da gestão pública no Brasil. É silêncio do lado da organização das manifestações e silêncio do lado público. Do lado juvenil, a rápida construção de uma linguagem subterrânea dirigida contra o sistema político público.

Na verdade, aquelas manifestações de rua de junho passado, deram uma dimensão de leitura muito clara. Os jovens se organizaram em silêncio, foram às ruas e, de repente, pregaram na cara do sistema recados muito claros. O principal recado foi: não quero para mim e pro meu futuro isso que está aí.

O governo e a presidente Dilma ensaiaram algumas ações e depois silenciaram acreditando que tudo aqui foi um romântico sonho de verão de jovens de classe média que estão chorando de barriga cheia. No auge dos movimentos, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal mostraram o quanto se importaram: pegaram jatinhos da Força Aérea Brasileira, pagos com o dinheiro público e foram passear com as suas respectivas famílias. De lá para cá deram as costas e continuam com as mesmas atitudes debochadas de sempre.

Pois bem. Ficou claro que os sistemas da gestão pública não são capazes de lidar com o contraditório, até mesmo porque desaprenderam lidar com oposições políticas que morreram há muitos anos.

Contudo, os mesmos meios subterrâneos de linguagem que mobilizou as manifestações em junho, aprenderam como mobilizar, articularam-se e estão trabalhando em silêncio para virem a público a partir de setembro. Não serão mais uma ou duas manifestações. Será uma onda que não será contida com respostas em pronunciamentos na mídia e nem caça às bruxas de lideranças ou com discursos demonizando as alas baderneiras do movimento. Essa ala será apenas uma entre dezenas organizadas e com o fim claro de desconstruir o sistema da gestão pública.

Os serviços de inteligência limitaram-se a crer que movimentos como a imprensa ninja e os black blocs sejam exclusivamente baderneiros e, se atacados, mata-se a onda. Grande engano. São muitas as alas que estão se formando e ampliando. Mais tarde os serviços de informação terão que fazer sua mea culpa e reconhecerem a incapacidade de lidar com linguagens e atitudes novas.

No domingo volto ao assunto mais objetivamente.

Onofre Ribeiro é jornalista em Cuiabá

 

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