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O pólo têxtil de Rondonópolis

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A economia de Mato Grosso está iniciando uma efetiva consolidação, obedecendo a critérios naturais, como a vocação dos municípios, a sua logística, os recursos humanos existentes e até mesmo a soma de outros fatores que possam induzir a uma opção econômica. É o caso de Rondonópolis, em particular, onde hoje estamos trabalhando para criar um pólo têxtil, aproveitando grande oferta de matéria-prima, a logística e necessidades sociais de emprego. A cidade é um entroncamento natural e se torna um centro atacadista e de serviços, com acesso fácil para compradores e sacoleiros, e o fato de ser uma cidade do interior do estado, facilita muito a vida dos compradores e dos produtores.

O Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Mato Grosso – Sinvest-MT, tem participação pioneira nesse projeto do pólo têxtil de Rondonópolis, atuando em parcerias com o Sebrae-MT, com a Secretaria de Estado de Indústria, Minas e Energia, e com o apoio institucional da Federação das Indústrias – FIEMT.

O projeto do pólo têxtil tem algumas etapas. 1 – conclusão da incubadora, onde, principalmente, mulheres passarão um ano recebendo consultoria e cursos voltados para o chão-de-fábrica, para administrar e para comercializar, pensando na sua vida profissional ou empresarial. 2 – criação de um centro atacadista para que todas as atuais 150 confecções e as futuras possam comercializar em comum, fortalecendo a produção e o pólo têxtil. 3 – trazer para Rondonópolis uma indústria-âncora para o centro atacadista e criar um mercado competitivo para as confecções locais. 4 – continuidade dos cursos de chão-de-fábrica para as confecções, para fortalecer o espírito de indústria. 5 – levar para Rondonópolis eventos de moda e, também, apurar o conhecimento de outros mercados regionais compradores, como os do Chile e da Bolívia, por exemplo.

As atuais 150 indústrias de confecção são formais e informais, mas estão no caminho da profissionalização e da expansão, graças às consultorias, aos cursos, ao acompanhamento na administração, na produção e na comercialização. Mesmo assim, o pólo têxtil gera cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos, teve um movimento comercial de R$ 8 milhões em 2007. A predominância é de lingeries que já são comercializadas nos mercados regionais, e de estados vizinhos.

A relevância social é muito grande. Mais de 90% são mulheres com mais de 35 anos, quase sempre sem emprego anterior e com pouca experiência além de donas de casa, que começam e aos poucos, através da prática ou de cursos, dominam os processos de confecção, avançam e chegam a se tornar empresárias. Como costureiras, muitas sustentam famílias inteiras. O histórico dessas novas profissionais é quase sempre de gente simples que encontrou um rumo novo e o aproveita com garra e com esperanças.

Por isso, quando falamos e acreditamos no pólo têxtil de Rondonópolis, é porque conhecemos a realidade da região Sul do estado e a grande oferta de matéria-prima, a existência de recursos humanos carentes de trabalho e renda, e na própria posição estratégica da cidade. Ainda não consolidamos o pólo, mas os resultados crescem a cada ano e se mostram sempre mais animadores, com novas indústrias, com novas profissionais, com aumento do número de mulheres no mercado da confecção e com crescentes vendas.

Os próximos anos mostrarão um pólo têxtil forte, com indústrias consolidadas e a criação de um mercado econômico novo, com grande repercussão social e inspiração local, regional e no próprio estado de Mato Grosso para outros municípios e paa projetos semelhantes.

Cláudia Fagotti é presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sinvest) e presidente em exercício do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt)

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