A velocidade da informação dos noticiários nas eleições deste ano está contemplando os eleitores que certamente são internautas, a conhecer a fundo, muito fundo, mais um pouco de política eleitoral. Isso, eleitoral, e não partidária. Eleitoral em função do que propriamente se visa hoje: o eleitor!. O voto! O indivíduo que tem poder, liberdade de expressão e acesso ao conhecimento.
Já foi-se o tempo em que as articulações eram conduzidas nas decisões dos caciques. E lembro-me bem quando Jaime Campos, nos idos de 1980, com o seu PDS, depois PFL e agora DEM, fazia suas reuniões no clube do Operário em Várzea Grande. As fotos guardadas são hilárias, inclusive os cigarros que ostentavam à boca, sem qualquer respeito a imagem. Ah, Júlio Campos também foi personagem desta história.
As convenções ocorridas no sábado (26/06/2010) pela manhã davam por certo que Mauro Mendes (PSB) finalmente fecharia como candidato a vice-governador de Silval Barbosa (PMDB) e contemplaria o arco com PT, PR e o apoio manifestado pelo PP de José Riva. A tormenta tomou conta dos noticiários e os jornais eletrônicos (site é de loja, de bar, de veterinária, de venda de produtos e serviços, de fofoca, de amadores !) tiveram um deleite em acompanhar os fatos inclusive as reuniões que seriam escondidas entre Mauro Mendes e a cúpula do PR/PMDB, ou, leia-se Blairo Maggi
A leitura que se observa é que Mauro Mendes – talvez pelo fato de ter sido a indicação do PR para concorrer a prefeitura de Cuiabá contra o saudoso professor Wilson Santos (PSDB) – tenta se valer do excesso de direito a querer ser o candidato oficial ao Governo pelo grupo de Maggi. Nesse ponto, o rei da metalurgia não estaria se vestindo de nenhuma ponta de humildade, decência e respeito a tudo o que Silval foi no segundo mandato de Blairo Maggi. Por sinal, neste aspecto, deve-se comparar a Lula, que tem em José Alencar, um vice que se coloca no seu lugar.
Mauro Mendes porém pode também ter qualidades como um administrador público e, para infelicidade da população de Cuiabá, não ganhou as eleições por ter tido um marketing fraco, que não valorizou sua vice, não enriqueceu os valores da terra (adotado e adorado por todos que vieram para cá), preferindo uma estratégia da paulicéia, engessada e maniqueísta.
Juntamente com Mauro, o ex-procurador da República Pedro Taques (que se enfrenta como candidato a candidato a senador pelo PDT), também se julga acima de Deus e do Diabo. Articulou e mandou para a prisão pessoas com o propósito único de interesses eleitoreiros. Posou-se de mocinho, mas não teve peito para tomar ações e decisões que não lhe renderiam tanto status na mídia. Foi marica por várias vezes. E, resta perguntar: sua ‘promoção’ para o MPF de São Paulo resultou em quê? E o que fez ele na metrópole, senão dar palestras fora do grande eixo. Há, talvez, uma releitura, com a viagem para o exterior de seu parceiro Sebastião Julier depois do estrago causado à imagem da Polícia Federal e da Justiça Federal além de milhares de reais numa ação orquestrada ao deguste de uma feijoada. Sempre digo: tudo pode, mas nem tudo pode tudo!
Poderia se dizer que Mauro estaria vivendo seu inferno astral e, idem, o saudoso professor Wilson Santos. Entretanto, na verdade, sem vices e sem ambiente que lhes aceite sem notar a rompância que lhes é peculiar. Cabe, então, a imprensa fazer a sua parte e mostrar a verdadeira faceta desses e tantos outros personagens temporais!
Alberto Romeu é jornalista em Mato Grosso e filiou-se no início de 80 ao MDB sob o aval de José Richa e Hélio Duque, tendo jamais pertencido a outro partido político. Até hoje!