PUBLICIDADE

O antagonismo tem seu preço

Claiton Cavalcante é contador em Mato Grosso
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Queiramos ou não a verdade é uma só, a de que o Brasil retroagiu a patamares de investimentos de 20 anos atrás tudo isso por conta da inépcia de controlar a pandemia da covid-19 bem como das incertezas sobre os destinos econômicos e políticos do país.

Dias atrás a Conferência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento – UNCTAD, publicou estudo, onde afirma que o Brasil caiu da 6ª posição para a 11ª entre principais destinos de investimentos no mundo.
Com isso os fluxos de recursos externos voltaram aos patamares que o Brasil registrava há 20 anos. Isso porque o país registrou queda de 62% de investimentos diretos, percentual superior à média mundial que foi de 35%.
O estudo aponta ainda, que o país já foi o terceiro mais citado por multinacionais como destino preferido de investimentos. Tomara que esse saudosismo logo se vá!

E por falar em saudosismo, vamos voltar ao ano de 2001 para lembrar de alguns acontecimentos, tais como: i) houve no Brasil uma grande campanha de vacinação contra o vírus da febre amarela; ii) por estarmos em ano de Olimpíadas, foi regulamentada a Lei Agnelo/Piva; e iii) o ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos.
Já no campo da economia, também em 2001, podemos enumerar várias peripécias, ou quem não lembra do plano de redução em 10% do consumo de energia elétrica, durante o racionamento energético que ficou conhecido como “apagão”.

No campo da política, foi exatamente em 2001 que ocorreu o desgringolamento do pacto neoliberal que dava base ao governo em razão do desgaste da estratégia neoliberal do presidente Fernando Henrique Cardoso.
De volta à economia, naquele ano, as contas externas do Brasil só foram fechadas no azul graças aos empréstimos do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, pois recebemos dessas duas instituições cerca de 3,25 bilhões de dólares.

Em 2001, o investimento estrangeiro no Brasil sofreu redução de 26%, se comparado ao ano 2000. Além disso, a carga tributária no Brasil havia sido a maior da história. O estudo da UNCTAD faz acender a luz de alerta para tanto Estado, quanto sociedade ficarem atentos e evitar a assombração do início dos anos dois mil.

Para que isso aconteça, essas duas entidades seja o Estado, em sentido amplo, e a sociedade, precisam, no mínimo, de boas doses de Ocitocina, visto que recentemente esse hormônio também ficou conhecido como “a molécula de moralidade” quando pesquisas comprovaram que ela estaria ligada ao comportamento ético e moral.
Mas pelo andar da carruagem, já estamos vivendo a retração econômica desde antes da publicação do estudo do órgão ligado à ONU. Pois desde 2019, ao menos 13 multinacionais de vários setores foram embora do Brasil, num movimento que aumenta ainda mais o desemprego em nosso país.

Dentre as gigantes que deixaram o Brasil estão a centenária Ford, a Mercedes-Benz fechou a fábrica de veículos, só produz caminhões, a Glovo, a Sony, a farmacêutica Eli Lily e o Walmart que vendeu 80% de sua operação brasileira.

Em que pese a economia já estava patinando mesmo antes da pandemia da covid-19, embora seja notória o agravamento da crise pós coronavírus, fato inconteste é que medidas emergenciais precisam ser tomadas visando o restabelecimento da economia.

E essas medidas passam, obrigatoriamente, pela reforma administrativa que tramita no Congresso Nacional, pela melhora das contas públicas desde que não seja cometido o mesmo erro do pós-crise de 2008, quando ao invés de arrocharmos as contas fizemos foi afrouxá-la, bem como um forte arrocho fiscal evitando que ocorra novas mazelas a exemplo das alterações ocorridas na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Por fim, espero que o governo não adote a ideia de Marx e Engels a de que a função social do Estado é garantir o domínio de uma classe sobre a outra.

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias

Estupidez no trânsito – uma inimiga mortal

Que tempos são esses que não podemos mais falar...

Naturalidade versus artificialismo

Independente do estado em que se encontre hoje, é...

Ultraprocessados podem afetar seus hormônios?

Nos últimos anos, os alimentos ultraprocessados passaram a ocupar...

Viver

É provável que a realidade do suicídio já tenha...