Há um ano e meio, um grupo de políticos apareceu no cenário esportivo com a promessa de levar o Mixto à Série A do Campeonato Brasileiro, até 2014. Neste grupo, políticos de peso: o então governador Blairo Maggi, o deputado estadual José Riva e o então vice e hoje governador, Silval Barbosa.
Foi criado a Associação dos Amantes do Futebol de Mato Grosso e Amigos do Mixto (Afam), presidida pelo agora chefe da Casa Civil Eder Moraes. Um ano e meio de desorganização e fracassos.
A Afam nada mais era do que uma tentativa do grupo político de se conquistar votos na Capital. Uma prática eleitoreira. Explico: logo após as eleições estaduais, o grupo desapareceu, literalmente.
Como se não bastasse isso, na véspera do clássico contra o Operário pela Copa Governador, sete jogadores alvinegros pediram e conseguiram a dispensa. Motivo: falta de pagamento de salários. Eu não vi em nenhum momento o senhor Eder Moraes dar uma entrevista para explicar o atraso. Simplesmente sumiu.
Os investimentos da Afam neste período são estimados em R$ 2 milhões. Junto com o alto valor, vieram os grandes fracassos: rebaixamento na Série C e D do Brasileirão, campanha pífia na Copa Governador e no Campeonato Mato-grossense.
Segundo o site esportivo Craques do Rádio, sob comando da Afam, o Mixto disputou um total de 96 pontos. Ganhou somente 45, o que representa um percentual de 46,8 %. Foram 12 vitórias, 9 empates e 11 derrotas. Marcou 50 e sofreu 52 gols, tendo, portanto, um saldo negativo de 2 gols.
Após o pleito estadual, gostaria de saber quais os projetos do Mixto para os próximos campeonatos. Dia 8 de dezembro tem eleição, e o atual presidente Márcio Pardal, que é ligado ao grupo já anunciou que não disputa mais.
Ou seja, a grande partida que o grupo disputava mesmo, como se fosse a final da Copa do Mundo, era as eleições estaduais. Nesta, eles jogaram muito bem, não deram "brecha" para o adversário, e ganharam de goleada.
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Humberto Frederico é jornalista e dono do blog Futebol F.C (humbertofredericohf.blogspot.com)