Ficamos felizes em ver que o tema, finalmente, caiu na graça e no gosto, pelo menos de alguns abnegados de nossa cidade, os quais se mostram preocupados com a questão do menor infrator e, principalmente, a forma que se busca dar no sentido de sua recuperação e reintegrá-lo ao convívio social. Muito bom mesmo!
A par dessa preocupação, e que também é nossa, não poderíamos deixar, de aproveitar a efervescência que o tema propicia, para destacar que há trabalhos na comunidade, os quais, embora levados às duras penas pela eterna carência de recursos, mostram resultados altamente expressivos com os nossos jovens que se encontram na tida “faixa de risco social”. Ou seja, são aqueles jovens provenientes de famílias carentes, e que, em face da condição em que vivem, ficam mais expostos às circunstâncias de vida, e que, naturalmente, poderá levá-los à delinqüência.
Bem sabido que ampliar apenas o prazo de cumprimento das medidas de “internação”, em nada irá contribuir para a melhoria dos jovens infratores, visto que não temos estrutura alguma em nossa cidade, que possa permitir o desenvolvimento de atividades que contribuam para melhorar e recuperar os mesmos.
Assim, concordamos que há premente necessidade de serem promovidas ações que visem melhorar as condições dos jovens infratores, os quais estão somente encarcerados no Presídio Ferrugem, mas sem que nenhum programa efetivo esteja ali sendo desenvolvido com os mesmos, no sentido de recuperá-los e reintegrá-los na sociedade.
Em face disso, destaco o Centro de Acolhimento, Orientação e Proteção ao Adolescente – CAOPA – que dirigimos em parceria com a Maçonaria de Sinop, Ação Social da Prefeitura Municipal, Vara da Infância e os Voluntários anônimos que sempre contribuíram para os trabalhos que ali são desenvolvidos, onde se busca a formação plena do jovem que ali freqüenta, oportunizando-lhe a chance de obter um caminho muito melhor, do que antes se vislumbrava em seu horizonte.
As dificuldades são enormes, justamente pelo fato de que o Poder Público não dá a atenção devida a um projeto de trabalho que deveria ser a tônica da educação total neste País, onde o jovem esteja se ocupando praticamente por 08 horas diárias, com inúmeras atividades, não só concentrada na questão educacional, mas também na pessoal e na sua formação profissional. Assim é o CAOPA que continuará desempenhando o seu papel, em que pesem as dificuldades, certo que o jovem carente necessita e merece uma oportunidade para crescer como cidadão honrado.
Para arremate, ainda que seja apenas uma perda, mas, infelizmente, somente um jovem se desgarrou para o lado errado da vida, em mais de 06 anos de trabalhos do CAOPA.
Então vale a pena investir na prevenção e no trabalho de formação de nossos jovens.
Fica o nosso convite, visite o CAOPA – Centro de Acolhimento, Orientação e Proteção ao Adolescente -, na Rua Armando Dias n. 19, Bairro Boa Esperança, e conheça os trabalhos que ali são desenvolvidos.
Denovan Isidoro de Lima é advogado e integrante da CAOPA