Quem conhece a história de Sinop sabe das dificuldades pela qual todos os antigos moradores passaram. Muitos desafios foram vencidos e o sucesso se apresenta claro em um município que cresceu.
Porém, crescer não significa o fim dos problemas, mas o surgimento de novos desafios. Desafios tais como o aumento da criminalidade, gestão do lixo, rebaixamento do lençol freático, diminuição dos peixes nos rios, queimadas urbanas, invasões urbanas e rurais, falta de arborização urbana, etc…
Infelizmente crescer em tamanho não significa crescer em qualidade de vida.
O Meio Ambiente, assunto que origina tantos debates contra e a favor, não é apenas uma questão política ou técnica, mas uma questão importante para a qualidade de vida de todos. Vejamos alguns exemplos:
– Arborização Urbana: Diversas pesquisas apontam que em áreas da cidade onde não há arvores a temperatura média é bastante superior, originando as ilhas de calor. Como conseqüência temos um gasto maior de energia elétrica em ar-condicionado e ventiladores.
– Informações de antigos moradores e perfuradores de poços semi-artesianos relatam o progressivo rebaixamento do lençol de água, obrigando-nos a perfurar poços cada vez mais fundos.
– O Rio Teles Pires, famoso pelos grandes exemplares capturados, tem cada vez menos peixes e de tamanhos cada vez menor. Uma contra-mão para quem pretende fomentar o turismo na região.
– A perda de matas ciliares nas beiras dos rios promovem carregamento de fertilizantes, agrotóxicos, resíduos orgânicos e o assoreamento dos rios.
– A caça elimina muitas espécies que são importantes para o equilíbrio do ecossistema. Pior que a caça para venda de carne é a caça por diversão, comum em nossa região.
– A derrubada das arvores para exploração da madeira ou agricultura desconsidera outras espécies que vivem nesta, como as abelhas nativas, importantes polinizadores das árvores e plantas de nossa região, inviabilizando a produção de sementes e frutos. Ou, ainda, a destruição de inúmeras espécies de orquídeas, muitas com grande potencial ornamental e econômico.
Não estou dizendo que não podemos explorar a natureza, pois afinal precisamos construir casas, plantar alimentos e gerar empregos. A questão é termos a consciência de fazer isto com um mínimo de cuidado e responsabilidade social, permitindo que no futuro possamos usufruir de uma aposentadoria em um lugar agradável, ecologicamente correto e que nossos filhos e netos possam nadar num rio, visitar um parque, respirar um ar puro e, quem sabe, mostrar a seus descendentes um Brasil digno do titulo de maior biodiversidade do planeta.
Acredito que somos suficientemente inteligentes para usarmos a natureza causando menos estrago e, compensarmos o uso que fazemos com atitudes responsáveis.
“Cada um de nos, moradores do condomínio chamado TERRA,
Podemos e devemos colaborar com o Meio Ambiente.”
Jaime Figueiredo – presidente da EcoFloresta – Grupo de Desenvolvimento Ambiental de Mato Grosso