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Medicamentos vencidos: Prefeitura não “autorizou” o flagrante

Fellipe Corrêa é 2º suplente de vereador por Cuiabá pelo Cidadania. Redes sociais: @fellipecorreamt
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A esposa invade o motel e pega o marido no ato, pulando a cerca. Qual o argumento do infiel? Que a mulher perdeu a razão ao invadir, pois forçou a porta do quarto para descobrir o chifre. Não tem pé e nem cabeça masfoi o que a Prefeitura de Cuiabá fez após ser pega no flagra com milhões em medicamentos vencidos: argumentaram que os vereadores encontraram aquelas montanhas homicidas de desperdício invadindo o galpão, sem aviso prévio e nem autorização.

Por mais bocó que seja o cabra safado, ele não seria pego de calça arriada se soubesse quando sua esposa iria aparecer. Os vereadores só encontraram o que encontraram, porque fizeram o que foram eleitos para fazer: fiscalizar! Ou você acredita que o prefeito iria usar os 30 milhões que investe em publicidade todo mês para divulgar ele mesmo à sociedade que deixou vencer remédios que custam mais de R$ 20 mil a unidade e faltam nas UTI’s do Covid no Brasil inteiro? Ah, tá.

Esses medicamentos foram comprados já próximo do fim da validade? Foram adquiridos novos lotes antes do vencimento? Faltaram nas unidades de saúde enquanto estavam esquecidos no estoque? Difícil saber: quem tem esse controle é exatamente quem está sendo investigado – e se até quem dá golpinho no cônjuge apaga os rastros do celular, se tem maracutaia nesse caso quem fez não vai deixar as provas no Excel pra ir preso fácil. Galera é mala, mas não é maluca.

Estou dizendo que tem rolo? Não: quem vai dizer se tem é a Polícia Civil, que já abriu inquérito para investigar o caso – e não existe operação com aviso prévio nem autorização da Prefeitura. Além da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção, a questão deve ser encaminhada ao Ministério Público, Tribunal de Contas e outros órgãos de controle pela Maysa Leão, T. Coronel Paccola e Diego Guimarães, vereadores do meu partido que flagraram esse descaso com vidas.

O fato é: quando a esmola é grande, o santo desconfia. Tamanha incompetência gerencial, se é só isso mesmo, tem consequências óbvias: os medicamentos vencidos precisam ser repostos, e se o nosso dinheiro será gasto novamente pra comprar, alguém está vendendo. Há inteligência nos semáforos da nossa cidade? Pois muitos deles foram substituídos a peso de ouro com esse fundamento. E quanto mais específico o objeto licitado, mais fácil é para direcionar a licitação.

Exemplos como o semáforo não faltam na gestão do paletó – em especial, na Saúde municipal: dois secretários de Emanuel na pasta já foram afastados pela Justiça, e um foi preso. Ambos os afastamentos foram justamente por supostamente superfaturar licitações; até de ivermectina! Então histórico, tem. Depois de pegar o marido no motel com outra mais de uma vez, a esposa deveria acreditar no malandro pelado dizendo “não é o que você está pensando”? Cai quem quer.

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