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Maggi, Kyoto e Copenhague

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De 7 de dezembro em diante estará se discutindo em Copenhague, Dinamarca, uma das posições de sustentabilidade ambiental e econômica mais importantes de toda a História. Em 1988 esse tipo de discussão começou em, Kyoto, no Japão, e cresceu na medida das discussões sobre a sobrevivência do planeta, que está ameaçada pela extraordinária exploração dos recursos naturais e pela devolução de lixos diversos.

Nesta semana conversei a respeito, longamente, com o secretário estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso, Luis Henrique Daldegan. Espantei-me, e concordei com a sua percepção de que o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, será um dos interlocutores relevantes do encontro mundial. Ele passou por um enorme inferno astral nos últimos anos, como conseqüência de desmatamentos da floresta amazônica, pelo avanço do agronegócio mato-grossense sobre novas áreas. No primeiro momento, tornou-se o vilão número um das organizações não-governamentais ligadas à preservação ambiental. A mídia mundial deu-lhe enormes espaços negativos e, de repente, a produção agropecuária oriunda de Mato Grosso ficou estigmatizada no mundo.

Maggi começou um lento e eficiente caminho de restauração, primeiro de si mesmo e das suas percepções ambientais, depois da própria produção econômica e, por último, adotou um discurso conciliador. Essa conciliação, é que, na visão de Daldegan, farão de Blairo Maggi o diferencial em Copenhague e no mundo. Aliás, Maggi já é uma referência mundial. A revista norteamericana “Forbes” colocou-o neste ano, como a 62ª pessoa mais influente no mundo, e o presidente Lula como a 33ª e Chavez como a 67ª. Foram os únicos da América Latina.

Os ambientalistas compreenderam nesses últimos anos, que é preciso conservar o meio ambiente, mas que o mundo precisa comer. Os setores produtivos compreenderam que é preciso produzir comida, mas conservando o meio ambiente. No meio dessa equação de conciliação, o discurso mais moderno tem sido o de Maggi, pela transformação que vivenciou. Desse modo, Maggi de vilão passou a um interlocutor mundial na questão de conciliar produção com conservação ambiental. O que está se esperando de Blairo Maggi em Copenhague é, no mínimo, profético: que ele anuncie ao mundo uma terceira via de conciliação entre a produção de alimentos e a conservação ambiental, para a salvação do planeta, esperando-se que isso se estenda a toda a economia, ao longo de curto tempo. Assim, na visão de Daldegan, Maggi acaba na posição de interlocutor dos ambientalistas e dos produtores mundiais de alimentos. É uma posição espinhosa, porque, de um lado o primeiro mundo sabe que precisa diminuir suas emissões e que países emergentes como China, Índia e Brasil, precisam crescer preocupando-se com o planeta e com as gerações futuras.

Grandes empresas mundiais, como a Distribuidora de Energia dos Estados Unidos, e estatal francesa ADS, produtora de altas tecnologias para satélites e aviões, querem conversar com Maggi em Copenhague. Querem que ele seja o interlocutor de seus projetos e preocupações sobre manter a floresta em pé, no mundo, e discussões em torno da emissões de gases do efeito estufa. Para Daldegan, a revista “Forbes” tem razão: Maggi é uma das mais representativas referências mundiais na questão ambiental.

Na realidade, a conferência de Copenhague será mais do que uma reunião técnica. Será uma tomada profética de posição mundial para a sustentabilidade da vida humana e a preservação do planeta. Por isso, de Copenhague em diante, será espinhosa e profética a posição do governador Blairo Maggi como um dos mais influentes interlocutores mundiais nas questões da conciliação de produção de alimentos e preservação ambiental, olhando a sobrevivência do planeta. Voltarei ao assunto.

Onofre Ribeiro é jornalista e secretário-adjunto de Comunicação de Mato Grosso

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