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Guerra sem vencedores

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Sempre regado por emoções exacerbadas, o conflito entre israelenses e palestinos costuma oscilar entre a calma aparente e surtos de violência como o que agora toma conta da Faixa de Gaza.

Anos a fio, o Hamas tem lançado precários, mas não inofensivos foguetes contra o Sul de Israel – talvez oito mil ao longo de oito anos -, o que equivale a cutucar o leão com vara curta. Ambos os lados, palestinos e israelenses, brandem com enorme veemência seus inúmeros argumentos, alguns exagerados, outros falsos, e outros, ainda, comprovadamente sólidos.

Por polêmica que seja a questão, não se pode negar a Israel o direito à autodefesa, tanto quanto cabe censurar a atitude, que não é exclusivamente sua, de impedir ou dificultar o socorro aos feridos, acusação lançada pela insuspeita organização Médicos Sem Fronteiras.

O bloqueio que Israel impõe à Faixa de Gaza não impediu o Hamas de se armar, e representa uma enorme injustiça com a população, impedida de se locomover além das fronteiras e de praticar livremente o comércio exterior. Um milhão e meio de pessoas vivendo em condições precárias.

Pode-se falar em uma exagerada truculência de Israel – isso teria feito a Organização das Nações Unidas suspender o auxílio às vítimas -, levando-se em conta a desproporção entre o saldo de mortos e feridos e a gigantesca superioridade da capacidade de suas forças armadas em relação ao Hamas, mas a disputa parece mais política do que qualquer outra coisa, o que lhe subtrai a legitimidade.

Disputas políticas não raro prejudicam mais a única parte que não tem voz, os “representados”, que cedem o poder político pelo voto, do qual só cabe, no caso, o vão arrependimento.

Um conflito marcado pelo ódio e intolerância recíprocos não pode ser visto com parcialidade por observadores externos, pois os argumentos de cada um estarão, quase sempre, contaminados pelos exageros da paixão.

Pode-se ficar de um lado ou de outro na defesa pela legitimidade dessa interminável refrega, mas o fato é que do ponto de vista das pessoas comuns, cujo destino é irresponsavelmente negociado pelos que detem o poder de fazer as coisas acontecerem, a guerra entre palestinos e israelenses não tem vencedores. E nunca terá, porque o todo o sangue derramado, especialmente o dos inocentes, das crianças de ambos os lados, não tem preço.

Luiz Leitão da Cunha é articulista
[email protected]

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