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Governador, pé no freio!

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O governador Blairo Maggi desistiu da ideia de desistir da política. Ele e seus correligionários republicanos se mostram desnorteados com a saída do empresário Mauro Mendes do PR. A ida do ex-candidato a prefeitura de Cuiabá para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) pegou a classe política de surpresa e mudou o cenário das eleições de 2010. Até a antecipada campanha do vice-governador Silval Barbosa, ao Palácio Paiaguás, ficou abalada.

Nos últimos dias, veio à tona a nova decisão da não desistência do governador no processo político. A euforia foi total na cúpula republicana, pois os mesmos sentiam-se fora das decisões eleitorais de 2010, depois da perda para o PSB. Nesse novo desenhar do quadro eleitoral, os republicanos imaginam que seja a tábua de salvação do maior partido do estado – quando o assunto é prefeitos e vereadores eleitos nas eleições de 2008 – a candidatura do Blairo ao senado. Mas, tem muito cacique incentivando o governador a sair candidato, mas na hora de pedir votos faltam os índios.

O arco de apoio e alianças que formam em torno do governador são de velhos adversários e aliados pouco confiáveis. O PT sempre esteve do lado oposto do atual governo, seja em 2002 com Alexandre César, ou 2006 com a senadora Serys Marly, ambos disputando candidatura ao governo. O PMDB foi adversário em 2002, com o deputado federal Carlos Bezerra disputando o senado na chapa de Antero de Barros do PSDB. Bezerra, por sua vez, tem dito em entrevistas recentes que o governador é autoritário e centralizador. Permanece distante do Paiaguás ainda vários aliados de 2006, como o PDT, PV, PTB, PMN e por último o PSB com a filiação do Mauro Mendes.

Os antigos parceiros do governador Blairo provavelmente estarão em palanques opostos ano que vem. O DEM, do senador Jaime Campos, caminha para uma aliança com o PSDB, pois se sente excluído do atual governo em detrimento do PT que foi adversário. O PP, dos deputados Pedro Henry e José Riva e de outras lideranças, que formou uma forte chapa proporcional para 2010 sentem-se fora da composição majoritária da base governista para o próximo pleito, devido a preferência da vaga de disputa ao senado ao partido dos trabalhadores. O PPS, de Percival Muniz, se aproxima do PSB na expectativa de viabilizar Mauro candidato ao governo, abrindo espaço para ser vice.

O PT encolheu eleitoralmente em Cuiabá, reduziu sua bancada de três vereadores em 2004, para apenas um em 2008, reelegendo Lúdio Cabral. O PMDB cuiabano passa por uma grave crise, tem suas duas maiores lideranças, os vereadores Lutero Ponce e Domingos Sávio enfrentando processos de cassação de seus mandatos, e por último o prefeito de Rondonópolis Zé do Pátio declarando apoio ao Wilson Santos. Por isso, esta composição PMDB, PT e PR ainda é frágil para eleger Blairo senador. Os iluminados republicanos precisam entender que Maggi nunca disputou uma eleição no partido, foi eleito duas vezes governador pelo PPS.

Coloque o pé no freio governador!

Valdinei Barbosa é administrador de empresas/UFMT, analista político e secretário de Relações Institucionais do PDT/MT.     [email protected]

 

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