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Estamos perdendo dinheiro

Fabio Sbeghen é presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Mato Grosso (Acomac/MT) e proprietário da Só Piso e da Reserva Acabamentos.
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Todo ano as empresas brasileiras perdem 1,5 trilhão de reais para realizar seus negócios com o Custo Brasil. Esse valor equivale a 22% do nosso produto interno bruto (PIB). O cálculo é do Movimento Brasil Competitivo e do Ministério da Economia, e demonstra que produzir no país é muito mais caro se comparado com os países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O exorbitante valor leva em consideração o ciclo de vida de uma empresa, contabilizando custos com capital humano, tributos, infraestrutura e financiamento, que são os gastos mais sensíveis ao termômetro do mercado, e que se ressaltam em períodos de altas taxas de juros, inflação e instabilidade econômica como a que estamos vivendo.

Esse valor é superior ainda ao total da produção industrial brasileira e causa redução na capacidade de enfrentamento em igualdade de condições com os principais competidores globais. E para amenizar esse detrimento, precisamos, entre outras coisas, combater o Custo Brasil.

O Custo Brasil é uma expressão usada para definir um conjunto de dificuldades associado ao nível de obstáculos que atrapalham a eficiência produtiva e prejudicam o crescimento do país. Entre essas dificuldades, podemos citar o sistema tributário complexo, custo do capital elevado, insegurança jurídica, desequilíbrio fiscal, entre outros. Esses obstáculos tornam difícil para o produtor brasileiro competir no mercado internacional e entrava na competição local com os produtos estrangeiros.

No setor da construção, 2021 foi um ano próspero, mas sabemos que essa não foi a realidade para os demais mercados. A Frente Parlamentar Mista Brasil Competitivo, composta por 193 deputados, sendo três de Mato Grosso, e oito senadores, tem o objetivo de ser um canal de interlocução do setor produtivo com o Poder Legislativo, e é preciso cobrar ações para que haja avanços estruturais, indispensáveis à modernização tributária e do país.

O Brasil se mantém há mais de 10 anos na décima sétima posição do ranking de competitividade, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que compara a performance de 18 países. Na lista, ficamos acima apenas da Argentina e abaixo de outros países da América Latina como Peru, Chile e México.

Há problemas de infraestrutura que atrapalham processos de transporte e distribuição de produtos, os riscos judiciais são muito altos para as companhias que produzem no país, além da legislação complexa que, por vezes, gera gastos excessivos. Tudo isso aponta para a urgência que é a redução do Custo Brasil e, para isso acontecer, é preciso medidas firmes e resolutivas, que facilitem a competitividade.

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