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Ensino do texto

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 “Texto será entendido como uma unidade lingüística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é a tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa, como unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente da sua extensão”. (KOCH & TRAVAGLIA)

O texto é uma arma muito importante para o ensino da Língua Portuguesa, mas os professores precisam usar de textos ligados ao Contemporâneo, assim à linguagem penetra no conhecimento e nas formas de conhecer as realidades de que o autor fala. Segundo TERRA e NICOLA (2002) o texto é um elemento irradiador das aulas, para falar sobre esse tema os autores iniciam com uma citação dos Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio, p. 139 que diz “[…] Os conteúdos tradicionais de ensino de língua, ou seja, nomenclatura gramatical e a história da literatura são deslocadas para um segundo plano, a literatura integra-se à área de leitura”.

Os autores falam que as propostas dos PCNs não deixam dúvidas de que a Escola, no ensino médio, deve trabalhar a linguagem numa visão sociointeracionista, sendo que não há linguagem no vazio, seu grande objetivo é a interação, a comunicação com o outro, dentro de um espaço social, assim a linguagem permeia o conhecimento e as formas de conhecer o pensamento e as formas de pensar, a comunicação e os modos de comunicar a ação e os modos de agir.
Com base nas palavras anteriores, é que entra a estratégia de colocar o texto como elemento irradiador de abordagens e reflexões, em particular textos científicos, já que em Língua Portuguesa, as competências e habilidades a serem desenvolvidas são a de recuperar, pelo estudo de textos as formas de construção do imaginário coletivo, a representação da Cultura e as preservadas classificações do eixo temporal e espacial.

Ler um texto é ler a leitura que alguém fez de alguma coisa, nos textos literários, teóricos e científicos e essa leitura vem baseada num trabalho com a Linguagem, como diz Alceu Amoroso Lima, “a palavra é o elemento material intrínseco do homem de letras para realizar sua natureza e alcançar seu objetivo artístico”. De acordo com PLATÃO & FIORIN (1997), em se tratando de intertextualidade, é considerado um recurso necessário para a compreensão global do texto, seja no texto literário, ou no texto cientifico, onde os autores acreditam que todo discurso põe em cena outro discurso, pois o autor de um texto sempre acrescenta algo novo nas idéias que já são conhecidas, ao elaborara um novo discurso.

Na visão de ambos, de acordo com o grau de decodificação de um texto, a riqueza do mesmo consiste em explorar o maior número de informações inéditas entre vários textos já conhecidos, sendo assim é estabelecido um relacionamento entre o que já é conhecido para o leitor com o que é novo. Por isso que é ressaltado na leitura de mais de uma vez de um mesmo texto, isto é, encontrar a intertextualidade com outro fator que colabora para a coerência do texto.
No ponto de vista dos autores sobre texto, textualidade e coerência, percebe-se que, de modo geral, se tratando de ensino/aprendizagem de texto, a escola deixa a desejar, precisando reelaborar seus objetivos de ensino de língua materna, capacitando professores para adequar sua pratica às concepções modernas, dando condições a seus alunos de se tornarem leitores autônomos e produtores competentes de textos.

Segundo VAL (1991), textualidade é “conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma seqüência de frases”. Para a autora, texto ou discurso, é como ocorrência lingüística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal, que é determinada por fatores pragmáticos como: a intenção do produtor, a imagem do interlocutor e o espaço, ainda dependendo do contexto sociocultural, do conhecimento partilhado pelos interlocutores e das regras sociais da interação comunicativa. Texto ou Discurso é constituído então de uma Semântica dotada de coerência e coesão.

VAL (1991), afirma que o grau de informatividade que o receptor possui é que vai garantir seu interesse ou não pelo texto, e aponta que um fator importante para a informatividade do texto é a suficiência de dados, ou seja, é necessário que fique claro todos os dados que o receptor eventualmente não seja capaz de esclarecer sozinho. Os textos por sua vez, precisam ser revistos para serem apresentados ao aluno de forma a interagi-lo no mundo apresentado pelo texto, levando informações novas e acatando as já existentes.

Marluci Demozzi – professora de Comunicação e Expressão empresarial e Metodologia Científica da UNINOVA – Nova Mutum.
Izabel Cristina Diniz Rezende de Quadros – cordenadora do Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

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